2009-01-30

Valsa com Bashir


A memória é o maior tormento do homem.
Friedrich Nietzsche

Se a vida fosse tão simples como nos filmes contratávamos sempre uma equipa de “apagadores de memória” e erradicávamos para sempre as terríveis desfeitas amorosas e todas as outras desavenças vividas.

Mas, o despertar da mente existe na nossa capacidade de criar e recriar a informação perdida na nossa memória e transforma-la em algo tormentoso. Podem ser 26 cães danados ou um repetitivo levantar das águas, mas a memória estará sempre lá a abrir a ferida esquecida.

Foi assim com o massacre de Wiriamu, em 1972, e em muitas outras atrocidades em que jovens militares portugueses participaram sem saber bem como tudo aconteceu. Foi assim, em 1982, no massacre de Sabra e Shatila. Em ambos a inocência que se perdia a cada tiro disparado. Uma maturidade agarrada pelos colarinhos do amigo morto nos braços. Em ambos o doce sabor do esquecimento auto-infligido.

Ari Folman nasceu em 1962. Era criança quando nas colónias portuguesas se matava sem razão. Ou só com a razão de alguns. Era jovem, talvez demasiado criança, quando foi enviado para o Líbano. Com razão? Talvez…

E qual a razão para o completo esquecimento de tudo o que foi vivido naqueles dias? Entre amigos, companheiros de guerra, psicólogos, uma resposta: cada um lida à sua maneira com a dor. Podem ser pesadelos, ataques de raiva, esquecimentos, crises de choro, tudo faces da mesma dor. A de recordar.

Ari Folman terá afirmado que este filme nunca poderia ser filmado com actores. E não podia mesmo. Perderíamos aquela ténue dança entre o mundo onírico e terreno que os traços de David Polonskey e Yoni Goodman souberam criar. Não teríamos os jogos de cores e tons que tão acutilantemente transpuseram ambientes dicotómicos de guerra e paz, selva, cidade e praia, noite e dia, sonho e vida. Mas, continuaríamos a ter o trabalho excepcional de Max Richter, discípulo de Luciano Berio, a criar atmosferas únicas e a transmitir uma imensidão de sensações que nunca trouxeram verdadeiramente paz a Ari Folman.

Uma paz que nunca chega a quem viveu morte e dor. De perto. Mas, pode chegar a redenção e este filme é um pouco disso. Dessa demanda que é muito mais profunda do que uma crise de meia idade de Boaz Rein Buskila e de Ari Folman. Nas conversas, ou desabafos sem divã, com Ori Sivan, o melhor amigo, encontramos a procura de respostas de um país e de uma geração que, tal como muitas outras, se vê arrastada para guerras sem sentido. No conforto das palavras de Ori há um apoio que parece falhar no pragmatismo de Dror Harazi, Shmuel Frenkel ou mesmo Carmi Cna’an. Se todos eles viveram a guerra e vivem-na ainda hoje, cada qual à sua maneira a verdade é que uns vivem com arrependimento, outros com pragmatismo. É exactamente nessa comparação que reside parte do fascínio e beleza deste filme.

Mas, há ainda outro nome que marca esta valsa e mais do que isso a história recente de Israel. Com a inversão dos papéis, em que entrevistador é entrevistado, temos acesso à visão de um homem que esteve por perto do massacre e dos círculos de poder e decisão. Nas entrevistas com Ron-Bem-Yeshai há a culpa de um povo que não se pode desculpar com a ingenuidade dos jovens que a tudo assistiram sem nada fazer. Mas, há também uma imputação de culpa a Ariel Sharon e à forma como o poder político fechou os olhos ao massacre naquela noite. A mesma culpa que o mundo ocidental partilhou aquando do genocídio do Ruanda e dos crimes no Kosovo, os quais Ron Yeshai sempre assistiu e sempre testemunhou para não deixar esquecer.

Para não deixar esquecer e para que tudo não passe de uma “longa excursão” pela qual passamos feitos mortos-vivos temos aqueles últimos momentos. Sem animação. Apenas a cruel realidade dos sem memória tirada dos arquivos.

2009-01-29

go Veg



Parece que as castas mentalidades dos EUA acham este anúncio uma pouca-vergonha mas todo e qualquer clip da Beyonce ou da Britney uma lufada de ar fresco cheia de sensualidade e nível... critérios!

Bem vindo ao reino da contra-informação II


Confirmou-se o jogo do ping pong informativo na caso Freeport.

A grande novidade é que face à grande variedade de casos e polémicas actualmente a decorrer a nível nacional [Freeport, avaliação de professores, escândalo BPN, escândalo BPP, escândalo Somague/financiamento partidário, caso Portucale, escândalo Casino de Lisboa, Bragaparques, etc.], este jogo divide-se por vários tabuleiros, atingindo quase todos os partidos políticos.

Ataque contra Ataque. Nunca o lema do futsal fez tanto sentido.

Quanto ao tema em questão? É tudo uma questão de "flavour of the day" [e muitas vezes de cor partidária].

Esta é a grande verdade!

Haja paciência!!



Digam-me lá se isto não parece típico de um pupilo da "saudosa" Juventude Salaza...Jardinista, Jardinista!! Fogo, engano-me sempre... Adiante, onde é que eu ía mesmo? Ah! (...) fulo por colocarem em causa o bom nome do seu querido e amado líder*...(???)esperem!! Isso é na Coreia do Norte; desculpem, confundi-me novamente... Continuando, (...) líder supremo e salvador, e por recusarem amá-LO acima de todas as coisas ou pessoas, como sendo o criador de todo o universo e salvador da humanidade...(???)oops, mais uma pequena distracção; deixei-me levar pelo termo "salvador" e com aquilo de pai e filho (citando, "pessoa que abraçou a Madeira como abraça um filho")... Perdoa-me meus Deus que quase invoquei o teu nome em vão! Mas é que, sabes, Teu filho veio com o milagre do pão; este usa pão e circo, é mais completo... De resto até é parecido, também culpa o diabo (este não é Satanás nem Belzebu, chama-se Sócrates) pelas agruras do seu rebanho. Enfim...continuando, (...) e por infringirem a lei régia de adoração, obediência e submissão ao inquestionável D. Sebastião II, mais conhecido por D. Alberto João Jardim.

Dado que o indivíduo em causa, além de ter nascido muito depois do 25 de Abril 74, não me parece padecer de insuficiência de massa cinzenta, e pressupondo que tem capacidade para desenvolver as suas próprias linhas de raciocínio e não apenas debitar as mesmíssimas cassetes das fontes oficiais, só me resta a outra hipótese:
A trabalhar para os tachos é que se está bem!!

VIVA EL REI DOM SEBASTIÃO II, o insular!!!

* copyright il_messagero... o teu comentário inspirou-me. hehehe

2009-01-28

O fantasma da invasão do Iraque


Um dos móbeis que fundamentaram uma 2ª Guerra do Golfo, foi a suposta existência de provas sobre a produção de armas de destruição maciça pelo regime autoritário de Saddam Hussein. Feita a invasão, decidida nos Açores, aos arrepios do direito internacional [se bem que isso seja discutível, não sendo de todo aquilo que aqui pretendo tratar], veio-se a verificar que este móbil afinal era falso, deixando em apuros muitos países que acompanharam os EUA nesta ofensiva, muitos deles com a opinião pública contra.

A Inglaterra é a velha aliada na Europa dos EUA e foi durante o consulado de Blair que se deu o reanimar desta ligação. A decisão dos tribunais de tornar públicas as actas das reuniões do Conselho de Ministros nos dias 13 e 17 de Março de 2003, vem assim dar mais luz sobre as posições de muitos membros do governo de então, entre os quais o actual primeiro ministro Gordon Brown [que vai contestar a decisão], dando também a conhecer as verdadeiras razões que nortearam a ida para o conflito.

Haverá esqueletos no armário?

post sriptum: estas actas são mantidas em segredo por 30 anos. E sendo o sistema legal britânico consuetudinário isto criava um grave precedente. Engraçado a maneira como resolveram isso!

Orfandade



Porque é que quando uma pessoa se demite de uma posição ou cargo no nosso futebol, avança sempre com a ameaça de denunciar "o sistema"?

Depois das hesitações de Dias da Cunha e das sucessivas ameaças de Octávio Machado, parece que Mesquita Machado, ao demitir-se do cargo de presidente do conselho de justiça da FPF, resolveu ameaçar entregar nomes de certas pessoas que têm vindo a influenciar a arbitragem...

Ainda bem. O nosso futebol já estava orfão e tinha saudades de intrigas e teorias da conspiração!
post scriptum: imaginem se acontecia um lance como o retratado em cima [do Sudamericano sub-20] ou como este, no equivalente à 6ªdivisão italiana - via jogo directo.

2009-01-27

COM QUE ENTÃO...!: RECURSO À BANCA, INVERSÃO DE PRIORIDADES E A FUGA AO DEBATE SOBRE 32 ANOS DE GOVERNO

COM QUE ENTÃO...!: RECURSO À BANCA, INVERSÃO DE PRIORIDADES E A FUGA AO DEBATE SOBRE 32 ANOS DE GOVERNO

besoirar: TRANSPARÊNCIA

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Myth Buster II


Ainda na semana que passou, ouvi um comentário que me relembrou uma daquelas ideias falaciosas que todos nós já concerteza ouvimos. Refiro-me concretamente à comum associação entre as altas de suícidio e os países nórdicos, mais concretamente com a Suécia.

A Suécia tem uma taxa mediana, estando ao nível de Portugal [que tem taxa superior à Noruega só para comparação], e muito abaixo da Lituânia que é a líder incontestada desta tabela [vide aqui].

O mais curioso é o motivo pelo qual este mito apareceu. A origem remonta a Dwight Eisenhower, presidente que liderou os destinos dos EUA após a morte de Rooselvelt, no auge da Guerra Fria com Moscovo e nos quentes tempos do McCarthismo.

Eisenhower num discurso em finais de 50, elogia o modelo capitalista americano como guardião dos valores morais do "American Values", refutando a aparente felicidade e riqueza dos modelos sociais-democratas nórdicos, deixando falsamente ímplicito que a Suécia era um exemplo de "pecado, nudez, álcool e elevado suicídio" devido aos desvios socialistas que esse modelo continha [mormente o igualitarismo que sempre se evidenciou nestas sociedades - p.e. emancipação feminina e equiparação de direitos].

Assim, por motivos meramente políticos [e recordemos que é nesta altura tipicamente maniqueísta, que há a efectiva demonização da palavra socialismo, acabando por a mesma ficar no ideário do americano-comum até hoje como sinónimo de comunismo], estes rótulos pegaram, sendo que em anexo, é também daí a origem da ideia de que os Suecos são mais "free love" e mais abertos em termos de sexualidade, que a generalidade de outros povos [ideia muito implícita em filmes americanos das décadas de 70 ou 80 - ou em capas de revistas...].

post scriptum: estes e muitos outros mitos são descontruídos n'O Livro da Ignorância Geral' de Jonh Lloyd e Jonh Mitchinson, sendo uma compilação do programa televisivo da BBC "QI"[Quite Interesting]. Uma bela prenda de natal que recebi. Highly recommended!

A birra


Leio no Ultraperiferias da autoria de Luís Filipe Malheiro [pessoa próxima das cúpulas dirigentes do PSD-M]:

"Entretanto, e em consequência de diversas decisões tomadas pelo representante da República, a última das quais relacionada com o recurso para o Tribunal Constitucional da alteração à Lei orgânica da Assembleia Legislativa, que aumentava as verbas a atribuir aos partidos – documento que foi declarado inconstitucional, abrindo uma enorme dificuldade na gestão do processo por parte da maioria – a que se juntam outras ”omissões”, particularmente no “exercício do seu papel de ponte entre a Região e a Presidência da República”, estou em condições de garantir que Alberto João Jardim deverá comunicar nessa reunião da Comissão Política do PSD que Monteiro Dinis deixou de merecer a sua confiança política, e que tal posição será (ou foi?) comunicada a Cavaco Silva (...)"

Parece que a patética insistência num decreto que ultrapassa os limites moralmente aceitáveis, olhando à situação que que se vive, continua a dar que falar sem que o PSD-M dê uma explicação fundamentada sobre isso.

Monteiro Dinis, para espanto de todos, resolveu começar a exercer "de facto" as suas funções e neste caso, face à ilegalidade perpetuada [mais uma], a única opção passível era enviar o documento para o Tribunal Constitucional.

E o que recomenda AJJ nesta situação?

Faz mais uma birra e resolve retirar a confiança política ao representante, prevendo-se que volte a sua retórica colérica contra este num futuro breve. Enfim, nada que já não tenhamos visto. Mais uma demonstração do espírito democrático e do sentido de estado de AJJ.

2009-01-26

Playing For Change: Song Around the World "Stand By Me"

Myth Buster

Que nas últimas duas décadas, o futebol indígena tenha sido invadido por jogadores não nacionais [muitos de duvidosa qualidade], isso não constitui novidade para ninguém. Agora que a par disso, sejamos o 5ºexportador de jogadores a nível mundial, é algo que olhando à dimensão populacional do nosso país, não deixa de ser surpreendente [mas que acaba por assentar no grande êxodo e "boom" que houve nos últimos 5/6 anos de jogadores de equipas medianas para campeonatos emergentes como o cipriota, grego, romeno, búlgaro ou russo só para nomear alguns]. Aliás, dado que estas colocações são proactivas [ou seja o jogador e empresário é que procuraram colocação], estes dados podem revelar um indício preocupante, sabendo-se as dificuldades de tesouraria de muitos clubes portugueses.

Saiu hoje um estudo da Universidade de Nêuchatel em conjunto com o Professional Football Players Observatory (PFPO), na qual estes e muitos outros dados são verificados, por comparação com os mais diferentes campeonatos europeus [consultar estudo por aqui].

Destaco outro dado importante, que deverá constituir um sinal de alarme, numa indústria que goste-se ou não, é das maiores fontes de receitas do nosso país: somos a segunda liga atrás da inglesa com maior número de estrangeiros, sendo que em contraste, estamos nos antípodas desta na quantidade destes que são internacionais pelo seu país [que pode ler-se como indício de falta de qualidade ou também reflexo do facto da esmagadora maioria dos estrangeiros presentes no nosso campeonato provir do Brasil (cerca de 137 !?!) - que é uma forte selecção].

Sabendo-se que este recrutamento começa cada vez mais cedo, observamos que o nosso país, dispondo de um campo de recrutamento diminuto em relação a outras potências da modalidade, esta afluência acaba por ser algo nociva dado que cria-se assim mais uma barreira para a formação e afirmação de valores nacionais.

Mas este estudo não se esgota neste campo. Deu também para desmitificar umas ideias feitas. Como o Marítimo ser das equipas portuguesas com mais estrangeiros.
Nada mais errado. O Belenenses com cerca de 72% do plantel, o Benfica com 70,4%, a Naval com 69,9%, o Braga com 66,9%, o Porto com 65,4%, o Nacional com 64% e o Vitória de Setúbal com 63,6% são os clubes em Portugal com mais estrangeiros no plantel [que diga-se de passagem nada me incomoda desde haja bom senso e qualidade]. E esta tendência no Marítimo já não é de agora, pese os comentários e a falácia que é muitas vezes repetida por comentadores ou adeptos contrários.

Derrubando outro mito, o Sporting não é o clube com médias de idades mais jovem no campeonato português. Esse lugar está reservado ao Nacional, que surpreendentemente consegue estar no grupo de equipas mais jovens de toda a Europa - 24ª equipa mais jovem [muito devido à política de contratações desta época], tendo uma média de idades de 23,2 anos [muito semelhante à do Arsenal]. Isto tem mais ênfase quando se verifica que a liga portuguesa é a 7ª liga europeia com maior média de idades [Trofense e Rio Ave são a 11ª e a 14ª equipas mais velhas do conjunto dos campeonatos, numa tabela liderada pelo Milan, bem secundado pelo vizinho citadino Inter].

Sporting destaca-se isso sim, como a segunda equipa mais baixa da Europa, com uma média de 177,88 cm - não será alheio a presença do hobbit Moutinho [ehe] ou o facto de Portugal ter a liga com a média mais baixa do continente europeu com 180,20 cm.

Em crise, ha-que ser economico...



"Um estudo recente conduzido pela Universidade de Lisboa mostrou que cada português caminha em média 440 km por ano.
Outro estudo feito pela Associação Médica de Coimbra revelou que, em média, o português bebe 26 litros de cerveja por ano.

Isso significa que o português, em média, gasta 5,9 litros aos 100km, ou seja... é económico!"

Bem vindo ao reino da contra-informação!


"Charles Smith, representante da Freeport aquando do processo de licenciamento do "outlet" de Alcochete, quebrou hoje o silêncio para dizer que, em 2002, se deslocou ao Ministério do Ambiente no âmbito daquele processo, mas garantiu nunca ter reunido com o então ministro da tutela, José Sócrates (...)"


Bem, e assim começa o típico jogo do ping pong informativo.

A viagem incógnita

"(...)A visita discreta do responsável pelo Plano e Finanças [à Austrália por 3 semanas] poderá consubstanciar uma violação da lei ao nível da obrigatoriedade que o Governo tem de publicitar os seus actos, incluindo-se os dos seus membros. Uma obrigação explícita no Estatuto Político-Administrativo da Madeira, ainda que a este nível exista quem defenda que não é obrigatório fazer publicar no Jornal Oficial (JORAM) as deslocações oficiais, ou seja, a indigitação de quem representa a Região (...)"


Não ponho em causa o carácter da visita, nem os propósitos [aparentemente a responder a convites feitos pela diáspora madeirense], se bem que considero a duração da mesma e o timing na qual a mesma acontece (assim como o custo), algo indecentes face à situação que se vive na Região.

E até me congratulo que o dito secretário esteja a fazer contactos com a diáspora, procurando captar investimentos e remessas da diáspora - algo comum a economias de pequenas ilhas - vide modelo MIRAB.

Mas a não comunicação do paradeiro é algo que é difícil de aceitar. Não sei as penalizações previstas no Estatuto Político-Administrativo da região, mas relembro que a título de exemplo, a Constituição prevê a demissão do Presidente da República, em caso de ausência do país não havendo comunicação desse facto.

2009-01-25

O primeiro rali a andar para trás...



Está prestes a começar mais uma época do Campeonato Regional de Ralis, talvez a que levantou mais espectativas nos ultimos tempos e a que mais desilusao trouxe embora ainda nem tenha começado.
Ora vejamos, o Campeonato Madeirense sempre teve o orgulho de se apresentar à comunidade do desporto motorizado como pioneira em todos os níveis, mas face à crescente crise que parece ter o efeito "arrastao" no que toca aos cada vez mais dispendiosos desportos motorizados, tem havido um decrescimo de qualidade nos Ralis regionais.

Mas nem tudo estava perdido: Apesar da diminuíção abrupta de inscritos nos ralis foi criada uma comissão que tinha como objectivo dar a volta à situação com varias soluções, entre elas, trazer de volta WRC antigos (e mais baratos) que podiam fazer frente aos novissimos e carissimos S2000 e mesmo assim lutar pela vitoria à geral (ao mesmo tempor trazer de volta o publico e patrocinadores), diminuir os custos de inscrição, etc. Enfim, trouxe de volta a esperança para todos aqueles que respiram octanas.
Agora, a pouco tempo do primeiro rali da epoca, foi divulgado o resultado final, nos quais quero destacar dois pontos:

- As regras do campeonato regional nao foram alteradas, apenas foi criada uma Taça da Madeira em que se pode participar com os tais WRC, ou seja, investe-se corre-se, mas nunca se pode ser campeao regional se não houver investimento num S2000

- O custo de inscrição aumentou 50€ por prova em relação a 2008

Tirem as vossas conclusões...

A noite das setas

Devo começar por informar os demais leitores deste blog que fui compelida, para não dizer ameaçada a produzir este post.

Agora a sério... O Il mensagero obrigou alguns dos postadores deste blog a produzir posts durante uma noitada (a presente) de setas em casa do mesmo.

Pelo que este post é um post sem qualquer expressão de inovação, criatividade ou emoção... a não ser de estar um pouco toldada pelas cervejinhas que já bebi.

Com a perfeita noção de que depois destas palavras a minha credibilidade vai ficar seriamente afectada...apenas posso alegar em minha defesa que fui obrigada a produzir estas palavras....e com a perfeita noção que fiz o melhor que pude em tão pouco tempo.... aqui vai

Seja o que Deus quiser :P

FUI... jogar setas

No meu leitor de CD!

No meu leitor de CD!

Trentemøller - The Last Resort - electrónica dinamarquesa no seu melhor

Sigur Rós - Með suð í eyrum við spilum endalaust -mais uma viagem por ambientes etéreos

Radiohead - Hail To The Thief -uma pérola pouco conhecida

Led Zeppelin - Mothership -essencial para quem quer conhecer uma banda que esteve sempre à frente do seu tempo.

"Posta Costa!" - Il messaggero
Ok, já está, a minha primeira vez não custou nada.


PS:Este post não foi feito num Magalhães!

2009-01-23

Viva a democracia!!

A maioria do PS chumbou hoje o projecto lei do CDS-PP com justificações no mínimo interessantes.
O secretário de Estado adjunto da Educação classificou o diploma do CDS-PP de "pura demagogia" e assegurou que "o Governo não está disponível para regressar ao passado". Entre outras declarações proferidas pelos demais apoiantes da proposta do PS de avaliar os professores de qualquer forma, esta é que me deixa mais perplexa.

Ora vejamos:
1) Fazer propaganda de uma avaliação à força não é demagogia?
2) Realizar uma avaliação deficiente, incompleta, injusta e não uniforme para todos os membros do corpo docente não é demagogia?
3) Querer mostrar obra feita, através desta avaliação, sem qualquer entendimento do que é o sistema se ensino e de como este deverá ser avaliado, não é repetir erros do passado?

Pois é... o problema é que talvez este senhor desconheça o significado da palavra demagogia. É uma palavra bonita, usada como chavão na classe política e que, embora a maior parte do povo português, que pouco ou nada sabe da língua portuguesa, não perceba o que quer dizer tem um significado mais profundo.

Demagogia é uma palavra de origem grega que quer dizer "arte de conduzir o povo", sendo utilizada em situações onde o
governo ou a actuação política se pautada pelo interesse imediato de agradar às massas populares, com o fim de alcançar o poder ou de o manter; situação política em que o poder é abandonado às multidões.

Analisando esta palavra, pessoalmente parece-me que o demagogo é PS e demagogia é a proposta de avaliação dos professores.

De facto, quando vemos entrevistas sobre este tema tão interessante, são repetidas repostas de aplausos ao governo por querer avaliar uma classe que nunca foi avaliada, avaliar funcionários do estado como se avaliam funcionários em empresas...enfim... é uma medida eleitoralista e que desperta o espírito de "irritar" e "chatear o vizinho" que tanto caracteriza o nosso povo.

Este governo soube, aliás, lidar muito bem com essa ferramenta, não houve classe trabalhadora que não fosse atacada por este governo, no entanto, todos os membros das demais classes, aplaudem as críticas e as "avaliações" propostas para profissionais como os médicos, juízes, professores, funcionários públicos, etc.

O que o governo não conta, o que os telejornais não mencionam, é que a avaliação dos professores, nos termos que que está formulada é uma medida eleitoralista, feita única e exclusivamente para agradar a alunos e consequentemente aos pais...não percebendo estes que o futuro dos seus filhos está em risco.

Se o que o CDS-PP e os demais partidos subscrevem é assim tão demagógico, e tão impensável e abominável, então temos de pensar todos, que as pessoas que se licenciaram, doutoraram, saíram até com o 9º ano de escolaridade nada sabem. Os professores dessa altura não eram avaliados (palavras do governo) então que qualidade de ensino terão todos os profissionais vigentes, deputados e ministros incluídos?

Temos de acabar com esta mania de fazer coisas à pressa e mal feitas para mostrar trabalho.

Reflectir, agir baseado em provas e de forma faseada, avaliando (palavra chave) cada etapa com tempo, deitando fora o que não funciona e aproveitando o que dá resultado, para mim não é voltar ao passado. É pensar e agir num futuro a que a nossa classe política não está habituada. Reconhecer que erramos não é demagogia, parar e fazer um exame consciência não é demagogia, o contrário é que não só é DEMAGOGIA pura e dura, como voltar a repetir atitudes autoritárias e autocráticas muito próprias do nosso passado.

Para terminar, digo apenas que pessoalmente não acho que venha mal à terra por esperarmos um ano mais pelo processo de avaliação dos professores, do que entrar por um processo sem sentido e "à força" como este que o PS nos quer impingir. Digo nos...porque os nossos filhos é que vão ser a proveta de teste destas reformas....e não sei se quero isto para os meus filhos.


Brevet precisa-se...



Olhando ao vídeo, creio que Bernardo Sousa, jovem piloto madeirense da equipa Red Bull que corre o Mundial P-WRC [tendo inclusivé sido considerado o rookie do ano], terá que tirar um brevet de aviação. E o modelo escolhido, pelas imagens é bem potente!

Depois do Cristiano temos mais um playboy vindo da ilha. Teremos um Steve McQueen na calha?

post scriptum: é engraçado como os orgãos de comunicação social cor de rosa brasileiros, mudaram o nome do rapaz para Bernardo "de Souza" [efeitos do acordo para além de que convenhamos, fica mais aristocrático]...

post post scriptum: para quem não sabe, Joana Balaguer [ver ensaio na paparazzo] é uma actriz qualquer que entrou na Malhação e foi descoberta numa padaria - eu pelo menos confesso a minha ignorância e desconhecia a menina...

É assim que se vê que a crise é mesmo grave...

É irónico como aquele que era considerado o especulador-mor da nossa praça, tem aparecido nos últimos tempos como uma virgem ofendida, clamando por uma responsabilização dos especuladores [não é alheio ter sido das pessoas que mais perdeu dinheiro nos últimos meses].

Hoje no Público, Joe Berardo com a sua simplicidade desarmante, admite que esta crise teve o condão de o fazer repensar, obrigando-o a ter que reaprender a lidar com o novo paradigma. Muitos poderão considerar esta declaração, como reflexo das suas perdas. Vindas do Soros português [versão recauchutada], creio que isto é demostrativo do alcance da crise.

Vergonha!

O facto do PSD-M estar a insistir no aumento da subvenção aos partidos com assento parlamentar - tentando contornar o chumbo que o Tribunal Constitucional deu ao novo decreto aprovado em Dezembro último, é simplesmente vergonhoso e imoral, olhando à altura de crise que se vive e grandes lacunas ainda existentes na região.

Estarão os "tonners" e o papel de impressora assim tão caros? Ou estaremos apenas a assistir a uma tentativa camuflada de financiamento extra em ano eleitoral triplo. Será que só sabem fazer campanha com o deprimente espectáculo de espetada e circo (e digo isto literalmente para quem não conhece a realidade da região)?

Ou serão razões de outra índole, como tentativa de pagamento com o dinheiro dos contribuintes, de dívidas à banca, fruto de campanhas anteriores megalómanas, conforme se diz à boca pequena.

Ao recusar dar uma explicação, o PSD-M apenas dá azo a uma maior descredibilização da política e ajuda a encobrir a mesma sob um manto de suspeita e ajuda a prolongar o triste espectáculo que desde há muito temos vindo a observar. E vem apenas confirmar que as prioridades da bancada parlamentar da maioria, estão claramente estão desfasadas das necessidades do povo madeirense.

2009-01-22

Afinal ele existe!

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Será que existe um Mr. Hut também?

Enquanto pensa no assunto, deixo uma dica para leitura: "O Império do Fast Food" de Eric Schlosser. Uma viagem pelos meandros mais escuros das empresas do sector, cruzando-se em boa medida com a história empresarial americana.

"(...)A deputada Heloísa Apolónia pretende uma tomada de posição do Ministério do Ambiente (MA) em relação ao projecto do 'Teleférico do Rabaçal'. O pedido de esclarecimento do Grupo Parlamentar endereça três questões ao Governo da República através do Ministério. 'Os Verdes' perguntam se o MA tem conhecimento do projecto, se tem consciência e preocupação em relação aos impactes na Laurissilva e se foi realizada alguma diligência

Heloísa Apolónia entregou ainda um requerimento solicitando ao Governo Regional o envio de pareceres das entidades consultadas no âmbito do processo de avaliação de impacte ambiental.A força política considera que a movimentação de terras, o abate de árvores e a desmatação de áreas implicará “danos irreversíveis” na área classificada pelo Conselho da Europa e UNESCO.(...)"

in dnoticias.pt

É com agrado que vejo esta interpelação dos Verdes na Assembleia da República [dada a aparente cumplicidade do Governo Regional da Madeira neste assunto], sobre o autêntico atentado que pretendem efectuar no Rabaçal.

No entanto, sabendo que este Governo da República já fez aprovar inúmeros Projectos de Interesse Nacional (os celébres PIN's) em áreas protegidas sem que houvesse uma verdadeira razão válida, fico assim na expectativa para ver o que acontece.

Ratings e Credibilidade



in Público

Não querendo de modo algum assumir a defesa do Governo [que aparentemente e olhando à notícia até acata e procura justificar esta avaliação], não deixo de me indagar sobre um aspecto: recuando ao início desta crise [diria avalanche] e sabendo o quão mal estas agências de rating ficaram no processo, qual a credibilidade destas instituições? Não continuarão a ser subordinadas e manietadas de forma a favorecer certos interesses*, como se comprovou aquando da crise do subprime?


A este propósito ler este interessante artigo no excelente Ladrões de Bicicletas.

2009-01-21

Afinal o Representante da República serve para algo...

"O Tribunal Constitucional declarou hoje inconstitucionais duas normas do decreto legislativo regional que alterou a lei orgânica da Assembleia Regional da Madeira, aumentando as subvenções dos partidos. A fiscalização preventiva do diploma, conhecido por "lei jackpot", tinha sido pedida pelo Representante da República, Monteiro Diniz (...).

in Público

Este decreto, para além de desprovido de qualquer fundamentação coerente, era abjectamente imoral face ao (ainda) enorme desfasamento social existente na ilha, aliás comprovado pelo triste espectáculo ocorrido antes do Natal.

Para além de inconstitucional (as competências nesta matéria cabem à Assembleia da República), este decreto mostra o quão desfasada está a agenda do parlamento da região face às reais necessidades dos madeirenses. Olhando ao défice educacional e cultural, face à fractura social ainda existente, face à enorme montanha de problemas que a região atravessa, é simplesmente deplorável que um decreto destes tenha sido aprovado.

Vá lá que, neste caso, o representante tenha deixado o conforto do Palácio de S. Lourenço, tenha posto de lado o autêntico pacto de não agressão que aparenta ter com o poder vigente na ilha e tenha, conforme é norma nestes casos de dúvidas sobre a legalidade dos decretos legislativos, enviado esta norma para o Tribunal Constitucional.

Quiz XXXI

Comecei hoje uma formação e não sei porquê [e esta é uma dúvida comum a outras formações/actividades onde estive inserido como participante], depois dos habituais jogos quebra-gelo e com apresentação e enunciação de qualidades pessoais, fico sempre com uma dúvida:

Porquê que as pessoas que se auto caracterizam com "alegre", "divertido(a)" ou "engraçado(a)" são por norma as pessoas mais sisudas do grupo?

O lado obscuro da política

"(...)Se ela [Manuela Ferreira Leite] quiser regenerar o grupo parlamentar, tem de abdicar dele [Virgílio Costa]; mas se quiser votos, tem de aguentá-lo".

in edição papel Público - 20/01/2008

Opinião de um dirigente social-democrata da distrital de Braga, sobre a eventual exclusão nas listas para as próximas legislativas pelo distrito, do homem do aparelho partidário local, Virgílio Costa, reconhecido apoiante de Menezes, sendo também dos parlamentares mais absentistas na Assembleia da República...

Aparentemente a suposta vassourada, não vai passar de um simples abanar de pó!

2009-01-20

Ciclo vicioso


"Porque não se investe mais na educação?

Os países mais desenvolvidos são os que investem em capital humano. Mas o problema de investir na educação é que a sua rentabilidade só surge passados 10, 15 anos. E os governantes aí já não estão lá para ouvir as palmas."

Jorge Rio Cardoso, autor do livro "Ser Bom Aluno, Bora Lá?" in Mundo Universitário [clicar para ler entrevista completa].


Hipoteticamente falando, pelo tempo que já dispõem no cargo, certos governantes já tinham recebido duas salvas de palmas, segundo o enunciado...Digo hipoteticamente, porque concerteza nunca passariam do segundo mandato. A lógica eleitoralista a curto alcance assim prevalece. E a política do betão perpetua-se porque é a que dá mais votos a curto-prazo, pois nunca se compadece com as necessárias alterações a longo-prazo!

post scriptum: Apresentação do livro na Madeira em excerto na RTP-M - clicar aqui.

The world needs a new superhero!

Com a saída de cena do mais impopular presidente americano de sempre, é hoje nomeado um outro que à partida reúne um largo e supreendente consenso, havendo grande expectativa por partes dos americanos na sua administração [uma sondagem indica que 85% dos americanos espera um desempenho bom ou excelente por parte de Obama].

Olhando ao contexto actual e ao clima de incerteza, estas expectativas extravam as fronteiras americanas e irradiam pelo resto do Mundo.

O mundo já não é um local preto ou branco, numa alusão à lógica maniqueísta do Bem e do Mal. Atravessamos uma zona cinzenta em vários termos, requerendo uma força e uma liderança que nos seja capaz de inspirar, ainda que a missão se afigure quase impossível.

Daí a necessidade de aparecer alguém que nos inspire, tal como um Super Herói!

As expectativas estão bem altas e creio que estas mudanças não acontecerão do dia para a noite - algumas possivelmente não acontecerão. No entanto quero acreditar e se neste momento existe pessoa no mundo que encarne essa vontade de mudança, essa pessoa será sem dúvida Obama.

Seja bem vindo Sr. Presidente!

2009-01-19

Quando a sondagem mostra que afinal, o objectivo não foi cumprido...

"(...)The first polls taken after the cease-fire took effect indicated that the Right in general and the Likud in particular had been helped by the war(...)"

in Jerusalem Post

Como era de esperar, Israel cessou a ofensiva a poucos dias da tomada de posse do novo presidente americano. Mas outra razão norteou na minha opinião esta ofensiva: demonstrar que o actual governo de centro-esquerda tinha vigor e tudo faria para promover a segurança e a identidade nacional de Israel, temas bandeira da direita - Likud, que antes das eleições era favorita a ganhar a eleição de Fevereiro. Como se pode ler nas primeiras sondagens após o conflito, tal objectivo falhou redondamente, estando por avaliar as perdas que Israel registou a nível de apoio internacional, depois de um ataque que foi completamente desproporcional e deitou ao chão qualquer reserva moral que Israel tivesse sobre o assunto.

Creio que os verdadeiro vencedor deste conflito, acaba por ser o Hamas, que antes da ofensiva, estava a sofrer alguma erosão em termos de apoio popular, depois do fracassado exercício de poder - em parte por falta de meios e por bloqueios internacionais promovidos por Israel diga-se em abono da verdade - e que com este conflito, renovam a sua imagem de mártires e de verdadeiros defensores da causa palestiana, granjeando imenso apoio popular.

No meio disto tudo, o verdadeiro perdedor acaba por ser o povo palestiniano!

Dilema do pau e da cenoura

"(...)Israel is very good at using sticks. It's the carrots where we mess up.
It's just no good continually beating up the Palestinians. Yes, they were in the wrong. Yes, they elected an evil and disgraceful leadership. Yes, they once more didn't miss the opportunity to miss the opportunity. Yes, this war is justified. Yes, yes, and yes.

But killing lots of Palestinians is not going to magically turn them into Zionists. When the war is over, they will still be there. Our neighbors. We will still need to live next door to them. We will still need to come to a modus vivendi. There will never be a way out of this conflict until we offer the Palestinians some carrots: hope and belief. The sheer despair and hopelessness of many well-meaning Palestinians, in both Gaza and the West Bank, bodes ill for anyone who cares about Middle East peace. They just don't believe it's possible any more(...)"

Alex Sinclair, eminente académico de estudos Judaicos em artigo opinião - ler resto por aqui - no Haaretz

Valerá a pena a abordagem violenta se não houver a devida abordagem diplomática?

Sinal divino e o dízimo

É pública a discrição e o fervor religioso de Kaká, Jogador do Ano Fifa em 2007.

Nos últimos dias, notícias de uma possível transferência milionária para o novo-rico Manchester City, têm preenchido páginas e páginas das redacções desportivas de todo o mundo, sendo-lhe apontado um novo salário a rondar os 15 Milhões de € anuais limpos.

Será que os líderes* da Igreja Pentecostal Renascer em Cristo, à qual pertence Kaká, estarão a esfregar as mãos de contentes? É que é prática nesta igreja pentecostal (deriva das igrejas baptistas) os crentes entregarem o dízimo mensal à Igreja (seria quase 1,5 Milhões por mês)...


É caso para perguntar: será um sinal divino para Kaká face à obscenidade dos valores em causa?

*apenas por pura coincidência, o pastor fundador da Igreja, encontra-se preso domiciliariamente nos EUA devido a crimes fiscais e desvio de fundos...

Formula Student - Uma aula com Lamy

Este blog tem acompanhado a saga da presente equipa do IST na Formula Student - uma espécie de Fórmula 1 Universitária - liderada pelo meu conterrâneo e amigo Gabriel Rodrigues.

Depois há uns meses terem tido uma prestação meritória em Hockenheim, no passado dia 22 de Dezembro em Palmela, Pedro Lamy, provavelmente um dos melhores pilotos portugueses de sempre (pese tenha ficado marcado pela má experiência na F1, onde claramente teve azar com a equipa), com toda a sua prestabilidade que é reconhecida, experimentou o bólide e aproveitou para transmitir algumas dicas e conselhos.

Fica aqui registado o vídeo.

Mais informações vide projectofst.com

2009-01-17

Rushmore como nunca o viu!

O outro lado da América presidencial!

A poucos dias da tomada de posse de Obama, antevendo um mandato que já é histórico mesmo antes de o começar, fica por aqui, a interessante história que norteou a criação deste patriótico monumento com as esculturas de Washington, Jefferson, Roosevelt e Lincoln, no Monte Rushmore no estado do Dakota do Sul. Pese tenha que haver o devido distanciamento histórico, creio que a herança de Bush é um pouco pesada. Será Obama o Super-Homem que o mundo clama? Haverá lugar para um 5ºpresidente no verdadeiro monte Rushmore? Espero começar a responder que sim, lá para 2012 aquando de uma possível recandidatura...

2009-01-16

Embuste

Creio que é a melhor palavra que tenho para caracterizar a entrevista que Alberto João Jardim concedeu na passada segunda, no novo programa de Mário Crespo.
E digo isto, face às honras publicitárias prévias que o programa teve.
Olhando ao referido, de repente assistia-se à elevação de Mário Crespo - curiosamente alguém que ultimamente ora é conotado com o partido do poder [vide crónica de sábado do jornal Público do crítico Eduardo Cintra Torres], ora é conotado com o partido social democrata [já foi convidado para sessões da universidade da JSD, como vi escrito em muitos blogues] - a um patamar semelhante à escala portuguesa de um Larry King ou de um Dan Rather no seu "60 Minutes"!

Tinha para comigo, que Crespo era um jornalista que se preparava bem para este tipo de entrevista e olhando que do outro lado estaria o meu conterrâneo Alberto João Jardim (AJJ), resolvi ver o dito programa.

Há que referir que a escolha não é inocente. AJJ, além de por vezes ser politicamente incorrecto e não ter decoro em dizer o que lhe vai na alma, tinha recentemente dado um prazo de clarificação a Manuela Ferreira Leite, a impopular - olhando às mais recentes sondagens - líder dos sociais democratas, deixando a percepção entrelinhas que uma possível candidatura à liderança nacional poderia ser possível. Considerando-se a actual situação do maior partido da oposição a nível nacional e tendo em conta que com este entrevistado, as declarações bombásticas poderiam aparecer do nada, nada melhor que este entrevistado como chamariz de audiências, podendo ainda Crespo vir a demonstrar que a fama que recaía sobre si não era descabida.

Nada mais falso. Creio que a grande supresa desta entrevista, foi o carácter quase amador com que o jornalista preparou a mesma. Bem sei que o ênfase dado à mesma incidia sobre a questão da liderança nacional do PSD - e a necessidade de conseguir uma disponibilidade de AJJ para a mesma, mas reduzir toda uma entrevista a este tema, passando depois para aquestão da revisão constitucional, passando por cima de quase toda a temática regional - à excepção da Lei das Finanças Regionais, denota uma falta de preparação de bradar aos céus.

Depois, sabendo-se que todo o entrevistado gosta de ter um certo controlo sobre a entrevista e o rumo que a mesma está a ter, Crespo ingenuamente deixou-se guiar, esgotada a temática acerca da liderança do PSD nacional, por AJJ de uma forma que transformou o programa num palanque autêntico, não dispondo de armas - por aparente falta de preparação - para efectuar perguntas interessantes que obrigassem AJJ a ter que rebater.

Não se pense que AJJ saiu bem na foto. Mesmo sabendo que no rectângulo, não dispõe do capital de apoio que tem na ilha - muito longe disso, enfim consequência de guerrilhas passadas - AJJ tinha aqui uma oportunidade para se "imacular" transmitindo assim uma imagem de opção credível para o resto do país.

Bem sei que o "timming" político não é considerado o melhor e neste momento, a liderança do PSD não deverá ser um dos cargos partidários mais apetecidos do país, mas o facto de deixar vincado que apenas avança sem oposição, apenas ajuda a consolidar a imagem de homem autoritário, que no rectângulo têm de si. Isto para não falar, nas forças de bloqueio que no interior do partido, o têm impedido de avançar (!?!) - enfim o habitual inimigo invisível.

Os portugueses por norma, devido à baixa confiança da sua sociedade, gostam de lideranças fortes com o seu q.b. de determinação - vide o elogio dado a Sócrates no início do seu mandato. No entanto, os 48 anos de ditadura ainda estão frescos na memória e a veiculação e insistência apenas nesse aspecto - a roçar o autoritarismo - ainda para mais com todo o historial de dislates de AJJ, nada de positivo traz.

Digo isto, porque AJJ demonstrou nesta entrevista, ser uma pessoa avessa à diversidade e à discussão ideológica dentro do partido - esquecendo-se que nada é imutável e que a adaptação a novos paradigmas é imperativa - não considerando avançar contra mais candidatos. Ou seja, esperando que haja consenso à sua volta e que a eleição seja apenas uma mera formalidade.

Politicamente, o PSD, partido com uma imensa vocação de poder, atravessa uma enorme crise, e isto em parte porque o PS ocupou parte do seu espaço natural ao centro. Aceito que provavelmente uma liderança forte, seria necessária para voltar a unir o partido - que para além de reunir diferentes sensibilidades, umas em contradição com outras como AJJ bem indicou, carece de uma certa fundamentação e adequação ideológica, ao contrário do que acontece com o PS.

No entanto, esta união, nunca pode acontecer assim, num quadro de mera aclamação. Terá imperativamente de haver uma clarificação ideológica do que é este PSD e para tal terá que haver debate e discussão, o que pode não se coadunar com os calendários eleitorais vizinhos, nem com os interesses pessoais de muitas facções no partido - entre as quais o PSD-M.

Outro facto que ressalvou desta entrevista, foi a (demais conhecida) veia populista de AJJ. Nem falo pela postura de apelar directamente portugueses, falando com desdém da restante classe política, estabelecendo assim uma ligação de simpatia - explorando um sentimento comum ao português médio.
Falo da sua insistência na mudança, por referendo, de regras contidas na Lei Geral do país. Diz que não entende o porquê de estas não serem passíveis de mudança. Creio que não é necessário explicar a diferença entre a democracia representativa e a directa - Benjamin Constant no início do séc. XIX faz uma excelente analogia entre " A Liberdade dos Antigos comparada com a dos Modernos". Nem explicar o fim trágico que a República de Weimar teve e o autêntico plebiscito que levou Hitler ao poder. Ou demonstrar como o argumento da Lei das Finanças Regionais e o apelo ao voto de protesto contra Lisboa, inquinou e afastou qualquer tentativa de discussão de programa de governo (desconheci se o PSD-M apresentou algum), afinal o que estava em jogo nas regionais de 2007.

A maneira como passou por cima da questão do endividamento das Sociedades de Desenvolvimento, dizendo-se adepto de uma escola orçamentista que preconiza o investimento criando condições para o retorno, sem que Crespo fizesse alguma contraposição indicando os flops por demais conhecidos, foi a meu ver caricato. Ou o desconhecimento do nome Passos Coelho.

No fundo, a aparente sentimento de atrapalhação que Crespo muitas vezes demonstrou aliado à sua falta de preparação - e nisso creio que os madeirenses tiveram muito mais noção disso que os restantes portugueses, dado que a entrevista teve um enfoque muito nacional - acaba por condicionar muito esta entrevista.

Ainda que AJJ apontasse algumas falhas que até eu e muitos que não sendo necessariamente da sua área política, apontam - a excessiva dependência dos partidos (a questão da partidocracia), a necessidade de renovação de quadros, a necessidade de redefinição ideológica do maior partido da oposição (e um dos dois partidos de poder em Portugal) com a constituição de uma verdadeira alternativa diferente, não considerei que esta entrevista trouxesse nada de novo.

Para Crespo esta foi uma saída em falso e terá que corrigir muitos aspectos para a próxima. Calculo que aos olhos da opinião pública nacional, a sua prestação não tenha sido assim tão má, mas conhecendo-se a realidade madeirense, mesmo descontando que o ênfase da entrevista teria que ser nacional, não se pode reduzir a preparação a um ou dois aspectos, descurando muitos outros - que para azar do entrevistador, pelo decorrer da entrevista, até faziam sentido ser muito mais explorados.

Para AJJ, para além de ter deixado vincado que não é alternativa sem largo apoio, ter deixado vincado que a participação e debate não são primordiais em relação ao "ganhar eleições" - nem que para isso se sacrifique um dos pilares da cultura democrática, ter eleito Sócrates como inimigo público nº1 - numa obsessão que daria azo a um outro longo "post", acaba por repetir os mesmos argumentos já algo gastos que tem vindo sempre a proferir. Prova foi que o único facto novo que poderia ter algum impacto - a afirmação de que estaria disponível para líder nacional do PSD, porventura o "leitmotiv" de toda a entrevista - ao não ser proferido e sendo inclusivé negado, fez com que a repercussão da mesma nos meios nacionais fosse meramente residual.

Sabendo que o discurso habitual já não "cola" e quando todas estas incidências se conjugam, face à expectativa criada, creio que fica justificada a minha escolha de título, ao fim ao cabo o sentimento que prevaleceu no fim, face às prévias expectativas criadas pelo programa.

O Aurélio Pereira da política...

"Ele é um homem muito inteligente, muito perspicaz, muito indutivo. Ele tem todas as qualidades para, a partir dos 40, ser um grande político."

Alberto João Jardim, em reacção à eleição de Cristiano Ronaldo, numa avaliação à olheiro antevendo o futuro...teremos um novo delfim na calha?

Post scriptum: o que vale é que nessa noite, todos os disparates eram tolerados...então o aproveitamento político, chamando a si os louros, pela aplicação da política regional no sector do desporto, é de bradar aos céus, sabendo-se que a sua formação na sua parte de leão é feita fora da região, de onde saiu bem cedo...Esquece-se AJJ que Cristiano, nunca beneficiou verdadeiramente desses "investimentos", aplicados em abundânciamuito mais tarde, em termos infraestruturais ou esbanjados nas equipas principais no recrutamento de "carradas" de jogadores exteriores.

2009-01-15

Há coisas do diabo... ou de anjos...




Qual é a probabilidade, de um avião com 151 passageiros a bordo, fazer uma aterragem de emergência num rio sem partir nenhuma asa, sem se incendiar, flutuar durante imenso tempo (e não esquecer que a flutuabilidade em rio é menor do que em mar, devido à componente salgada) e permitir ainda o resgate de todas as 151 pessoas a bordo, todas vivas?! Também não esquecer, para a equação, que o depósito do avião estaria cheio, com todas as implicações que daí advêm, nomeadamente peso extra e acrescida inflamabilidade. Ele há coisas...

Resta saber se o pacto que fizeram foi com o Diabo ou com Deus...

EDITADO:
No mesmo tom deste post, acrescento uma curiosidade que ouvi hoje num canal TV (já não me recordo bem em qual... CNN?): Houve passageiros que nem se molharam (embora tenham passado algum frio)!! Se isto for mesmo verdade, constitui sem dúvida o cúmulo da boa sorte!

2009-01-14

Confiança vs Arrogância

A linha é bem ténue e no que toca a Cristiano Ronaldo, as opiniões dividem-se. É lhe reconhecida uma grande força mental que lhe permite ultrapassar situações algo complicadas, olhando à imensa pressão que o rodeia.

Exemplos não faltam, desde os primeiros tempos conturbados de adaptação a Lisboa, passando pela rápida ascensão no Manchester United onde herdou o mítico número 7 de jogadores como Cantona ou Best, quer pela complicadíssima situação ocorrida no Mundial'06 que motivou a expulsão de Rooney e virou a esmagadora maioria da Inglaterra contra si, quer pelo conturbado último defeso com assédios de Madrid, uma lesão limitadora e um chorrilho de namoradas que lhe foi atribuído.

Cristiano conseguiu ultrapassar quase todas estas situações e manteve a sua bitola exibicional e o seu enfoque (reconhecido aliás) no trabalho. No entanto tudo isto deixou marcas.

Não é à toa que, sendo ele uma das imagens/marcas mais poderosas e valiosas no mundo do desporto (a sua versatilidade desportiva faz com que possa ser adaptável a vários tipos de marcas de diferentes sectores), este não tenha muita receptividade no mercado inglês. Aliás noutro contexto, mesmo em Portugal, olhando a vários comentários colocados em orgãos de CS, houve muitos leitores que comentavam preferir a humildade de Messi face à excessiva arrogância de Cristiano.

Não os critico e inclusivé até eu já aqui alertei para o facto do Cristiano ter que rever pequenos aspectos. Mas creio ser excessivo. Ao ver a entrega de prémios de ontem e mesmo descontando toda a parte cénica e artificial da cerimónia e das declarações da praxe, creio que foi possível ver a verdadeira humildade do Cristiano. A maneira como falou da família e de todo o suporte emocional, desportivo que tem na sua rede de amigos, conselheiros e colegas é reveladora disso.

Isso foi ainda mais visível no telefonema em directo para o Prós e Contras, onde uma (matriacal) Fátima Campos Ferreira falava embevecida para o nosso menino de ouro (ontem claramente tinha o país a seus pés).

Isto faz-me pensar que a fronteira entre o que designamos de auto-confiança e o que designamos de arrogância é afinal de contas muito ténue. O Cristiano de ontem, demonstrou ser um homem que não tem vergonha do que foi, das suas humildes origens, nem procurou ser aquilo que não é. Aliás a postura que demonstra no programa em questão, sempre bem disposto e nada formal, fez-me lembrar uma pose típica de madeirense, estando este por norma, sempre pronto para festa (por vezes é positivo,por vezes é negativo - dava origem a um outro longo post).

A par de toda a confiança, há que referir que possui também uma invulgar (para os nossos medianos parâmetros) capacidade de superação de desafios e estabelecimento de novas metas, assim como uma ética de trabalho invejável.

Eu que, com toda esta lengalenga do Real e de todos estes "fait-divers" extra futebol, já começava a duvidar da suas capacidades humanas, creio que com a postura e a simplicidade que ontem demonstrou, voltei a acreditar neste jogador, que a meu ver tem tudo para ficar na galeria do Olimpo futebolístico na categoria dos imortais. E para tal, não serão apenas as capacidades físicas a contar. As humanas e as atitudes tomadas são deveras importantes. Ou não fosse o futebol um jogo de emoções!

Saiba gerir a sua carreira e mantenha a sua impressionante ética de trabalho e capacidade de superação!

Post scriptum: Excelente vídeo da Nike que demonstra bem a dualidade de sentimentos que Ronaldo desperta. Via Cantinho do Mundo.

Só para avisar que da próxima vez que houver peladinha, eu e mais uns 3 ou 4 desbobinadores iremos cobrar cachet...

...afinal de contas, não são muitos aqueles que se podem gabar de já ter defrontado/jogado com o Melhor do Mundo (ainda que para isso tenhamos de recuar aos tempos do velhinho pelado do Adelino Rodrigues ou do ímpar Campo do Pomar)!

Creio que de tudo um pouco já foi dito. Apenas registar que, como português e madeirense, senti um grande orgulho neste prémio e tomei o mesmo como meu. É porventura estúpido, mas creio que este sentimento era comum à generalidade dos portugueses (ontem seria certamente o genro ideal que todas as portuguesas queriam para as suas filhas), sentindo os madeirenses um orgulho especial em ver um filho da terra chegar aonde chegou (se bem que para isso tivesse de ter saído da ilha bem novo)! Obrigado Ronaldo!

Post scriptum: coloquei a etiqueta de "Qualidade" para os dotes futebolísticos do Cristiano, mas olhando à gala, dá para verificar que a sra. Van der Vaart possui imensos dotes que também merecem o dito rótulo...Longa vida à Sylvie!

2009-01-09

"Alquimia da Cor"

clicar nas imagens, para ver em maior

Para quem infelizmente não teve possibilidade de ver o espetáculo pirotécnico da Madeira ficam estas três fotos, que demonstram o que se passou/viu-se durante oito minutos de beleza.


2009-01-06

FAQ para continentais



Para evitar ainda mais perguntas estúpidas por parte dos continentais, elucida-se que FAQ é o acrónimo inglês de "Frequent Asked Questions"...

P.S.: O verdadeiro humorista é aquele que tem capacidade de gozar com ele próprio ou com os seus...

Irreverência



Ao deambular pela blogosfera encontrei este post, acerca do programa irreverência da RTP-M.

Não sei se a razão está ou não do lado do autor do post, pois não me é possível assistir ao programa, mas aconselha-se a defesa da honra por parte de um certo desbobinador que por acaso até é apresentador do referido programa...
Ainda no contexto do Irreverência, encontrei estas preciosidades no youtube: