2008-11-28

Memo interno - na Bobine a Rodar II

Procurando enraizar o hábito e na mesma linha do aqui escrito em Julho último, deixo aqui o convite, mesmo não podendo participar por não estar ainda nesse dia na ilha, para novo jantar de Bloguistas [bloggers para os puristas] madeirenses.

A todos os interessados [temos 12 madeirenses nos nossos "quadros"] consultar mais sobre o jantar via Madeira Minha Vida do nosso amigo BBS.

Memo

Para que fique registado para memória futura, ainda não me esqueci do desafio deixado pelo companheiro desbobinador JJT sobre a viagem e estada (por motivos profissionais) aquele estranho mundo/tradicional/feira de vaidades [riscar o que não interessa] que é a Feira da Golegã...

Fica para breve!

Dica para a próxima semana...



Se estiver por Lisboa, Nicola Conte na Aula Magna dia 5 de Dezembro [dia 6 em Guimarães]. Numa toada dentro do que convencionalmente se designou de nu-jazz, vale bem a pena! Aqui a sua [porventura] música mais conhecida - Bossa Per Due.

Economia de Esforço



...esteticamente dou-lhe um 9,6 por coordenação entre ambas as mãos!

Web 2.0

Se há um facto inegável na espantosa campanha que levou à eleição de Obama como 44ºpresidente dos EUA, foi a forma como o mesmo soube usar a internet para granjear apoio, tendo consolidado através deste meio a sua cada vez maior base de apoio. Isto notou-se no enorme montante monetário recolhido.
Ninguém dúvida que Obama inaugurou uma nova era, em termos de feitura e estrutura de campanha, quer em termos de relação com os próprios eleitores, que de certeza tenderá a ser copiada um pouco por todo o lado.
Aliado ao discurso de confiança [o que numa altura de crise é de louvar e realçar], a atitude e abertura demonstrada por Obama na relação com os eleitores, foi em minha opinião uma das razões para a euforia e dedicação prestada pelos seus ferverosos apoiantes.
Como exemplo, temos a criação [como um comum mortal] de vários álbuns de fotos no sítio Flickr [de onde retirei a foto em cima], onde Obama revelou alguns momentos da campanha. Recordo que outros canais da dita web 2.0 foram fortemente explorados pela sua campanha para fazer passar mensagem, constituindo assim uma forma alternativa de chegar ao eleitorado. Resumindo, tratou-se apenas de seguir as tendências seguidos pelo eleitorado, adaptando-os ao contexto de campanha.
No entanto, dá também azo para ver momentos mais pessoais da vida do candidato [por norma não são revelados] como a pressão vivida na aferição de resultados na grande noite de 4 de Novembro [aceder aqui].
Este Obama sabe!

Post scriptum: é de génio esta foto! O pormenor dos sapatos gastos do candidato ao mesmo tempo que revela trabalho de campanha, revela humildade e aproxima o candidato ao comum dos mortais! Mais que coincidência isto revela muito trabalho de marketing político [digo isto sem qualquer acepção negativa].

2008-11-22

Desenvolvimento não é só Cimento! II [e a importância que petições online podem ter]

Segundo li [via Ultraperiferias] foi hoje entregue, pela Quercus e pela Associação Amigos do Parque Ecológico do Funchal, em Bruxelas as assinaturas da petição (5291 - sendo que ainda está activa e na altura que vos escrevo já tem 5413 assinaturas) contra a construção do teleférico no Rabaçal. O documento foi entregue ao Director Geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, e ao Comissário Europeu do Ambiente, Stavros Dimas.

Recorde-se que esta obra, envolta em interesses muito dúbios constituindo um grave atentado paisagístico ao dito local, está prevista numa zona coberta pela Floresta Laurissilva, em pleno sítio da Rede Natura 2000, sendo também considerada uma Reserva Biogenética do Conselho da Europa e Património Mundial Natural da UNESCO.

Pese o perigo não esteja de todo afastado, creio que este foi um passo importante na preservação de um recurso endógeno de valor incalculável e face à sua natureza ímpar no mundo.



Por outro lado, vem demonstrar que estas petições online podem constituir um ponto de partida de incentivo e estímulo à participação cívica, isto quando se sabe que os portugueses por norma são muitos reactivos nesse sentido, não agindo com a proactividade necessária e requerida. Contrariando aqueles que criticavam este tipo de petições (quando difundi esta pela minha rede de contactos, houve quem referisse que a mesma não serviria para nada), este acto vem assim demonstrar que sendo as mesmas bem orientadas e havendo a devida "accountability" isto é demonstração que as mesmas cheguem ao devido sítio, estas poderão se constituir importantes armas.

Post Scriptum: E tu já assinaste esta petição? Clica na respectiva imagem no canto superior direito e dá o teu contributo.

[imagens: via Olhares e Turismo da Madeira]

2008-11-13

REPÚBLICA DAS BANANAS II

Rui Miguel Moura Coelho

Data de Nascimento: 1973/12/10
Habilitações Literárias: 12º Ano
Profissão: Funcionário Público

"Ontem no Par(a)lamento Madeirense passou em branco uma traiçoeira agressão de um deputado do PSD-M ao líder do PND, Baltazar Gonçalves. Quando Baltazar Gonçalves (Deputado com o mandato suspenso e que deu lugar a José Manuel Coelho) estava a sair da zona destinada ao público, escoltado/acompanhado pela PSP, onde dircursou e bem com veemência contra a inconstitucional decisão da ALM de proibir a entrada do Deputado José Manuel Coelho, foi agredido, pelas costas, com um cobarde pontapé pelo Deputado do PSD-M Rui Miguel Moura Coelho, homem de mão de Jaime Ramos e Jaime Filipe Ramos. A RTP-M filmou esta situação e chegou a transmiti-la, mas obviamente que depois a situação foi esquecida e a própria imprensa da Região (jornais e rádios) fizeram de conta que não foi nada, como se fosse normal um Deputado andar a dar pontapés dentro da Assembleia. O Deputado do Bloco de Esquerda, Roberto Almada, já se prontificou para testemunha desta agressão, só que neste caso o PSD-M não vai retirar a imunidade do pontapeador. Agradecia a publicação deste texto pois já chega de branqueamento/esquecimento de 30 e tal anos deste tipo de comportamentos, como se fosse o PND e o Deputado Coelho quem primeiro e durante anos a fio desrespeitassem a Assembleia Legislativa e outros órgãos de soberania, além de adversários políticos.
Emanuel Bento"

Respondendo ao apelo, para que estas situações não passem ao lado e encapotadas: http://acagarra.blogspot.com/2008/11/e-este-senhor-no-expulso-da-alm.html

Se alguém gravou estas cenas na RTP/M... Se alguém possui tais imagens documentadas em vídeo... A "gerência" agradece a publicação do mesmo.

REPÚBLICA DAS BANANAS I


SIMPLESMENTE BRILHANTE!
Na edição de 11 de Novembro do PÚBLICO, no seu espaço de opinião, Vital Moreira critica fortemente (diria mesmo estilhaça) o PSD/Madeira e o seu Führer Alberto João Jardim.
Agora quero ver como descalçam esta bota, dados os anteriores elogios que teceram acerca de Vital Moreira a propósito da opinião/parecer (?) sobre as transferências "congeladas" do governo central para a Madeira...

2008-11-12

Sigur Rós - Concerto Campo Pequeno

Simplesmente:
E
S
P
E
C
T
A
C
U
L
A
R!


2008-11-07



...numa altura em que (finalmente) os alarmes soaram, para descomprimir nada com ver esta actuação ao vivo de Etienne de Crecy. Nome do house francês [nem é género que siga muito], tendo trabalhado com Air e Cassius [em especial este último], vale pelo efeito visual produzido - e já agora pelo som que fica no ouvido.

Deplorável elevado ao quadrado



Se ontem condenei o uso de uma bandeira nazi no plenário da Assembleia Regional, pese concorde com o móbil que levou a tal acto, pior figura fez o grupo parlamentar do PSD-M passando por cima de tudo e todos [inclusivé Estatuto Político-Administrativo da Região] e deixando cair a sua verdadeira máscara.

O ilegal levantamento de imunidade parlamentar e suspensão de mandato, o impedimento de entrada do deputado em questão no Parlamento [passível de crime que poderá ir dos 6 meses aos 3 anos para os perpetuadores] e a suspensão "ad eternum" dos trabalhos da Assembleia até tomada de decisão em tribunal são grandes machadadas anti-democráticas, perpetuadas numa casa que deveria defender os anseios e vontades de TODOS os Madeirenses e Porto-santenses.

Repito: o impedimento de entrada de um deputado sufragado por vontade popular é uma grave ofensa e é um grave atropelo ao sistema democrático. E a suspensão dos trabalhos por tempo indefinido é um reforço a este atropelo, feita por uma bancada muito inebriada pelo (efectivo) poder absoluto que dispõe...

Ontem tinha o receio de que a acção irreflectida do deputado Coelho poderia ser contraproducente, podendo inclusivé branquear anteriores atropelos efectuados pela bancada da maioria (a proposta de alteração de regimento era apenas mais uma - já agora sobre isto vale a pena ler aqui).
Hoje ao ver toda a escalada mediática e as demais repercussões produzidas [por exemplo serão concerteza interessantes as explicações das hierarquias das forças de ordem pública, ao ver o acatamento de ordens por parte das força de segurança presentes, pronunciadas por elementos exteriores a estas - mostrando as interligações menos dúbias que cá ainda subsistem], terei que reconhecer que esta acção [mesmo mantendo a minha discórdia face ao exibido e no sítio onde o mesmo aconteceu] ao menos teve o mérito de dar a conhecer a verdadeira face do clima imperante na Região.

Para o resto do país, a cortina finalmente abriu e poderá assim observar os bastidores para além da habitual peça produzida pelo "partido da liberdade". Assim ao natural.

Post Scriptum: Já agora à semelhança de muitos, questiono-me se o sempre zeloso PR [vide questão dos Açores - pese até compreenda as suas reservas nesta matéria] não deverá actuar face à gravidade da situação?

Post Post Scriptum: Depois desta salgalhada toda, não seria mais conveniente dissolver a ALR? Será que este enxovalhamento todo não basta? Numa primeira instância diria que sim, mas olhando à manipulação que é passível de ser feita ao eleitorado [vide anterior eleição], não sei até que ponto seria indicada...

O discurso que motivou toda esta discórdia

Para melhor entendimento dos factos, vamos recordar o discurso do deputado Coelho, aquando do defraudamento de uma bandeira com uma suástica nazi. Recordo que em causa estava em discussão uma alteração nova alteração ao regimento da Assembleia, limitando na prática os tempos de intervenção e apresentação - para níveis inferiores ao exigível num normal parlamento salutar.

Alguém numa vez usou a expressão défice democrático para caracterizar o clima político vivido na região. Minhas senhores e meus senhores, eis um exemplo do mesmo.

"PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Muito obrigado, Sr. Deputado. Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Coelho.
JOSÉ MANUEL COELHO (PND): Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia, Excelentíssimas Senhoras e Senhores Deputados. Há 34 anos estava eu no Batalhão de Caçadores 5, em Lisboa, a tirar a especialidade de Transmissões de Infantaria e na noite de 24 para 25 de Abril, pela uma hora da madrugada, o corneteiro tocou na caserna os instrumentos de transmissões de infantaria. Estava a nascer o 25 de Abril. Estou a ver esse dia como se fosse hoje. Nós saímos ajudar as tropas operacionais do Batalhão de Caçadores 5 para a revolução do 25 de Abril que estava em marcha.
Burburinho.
Saímos para a rua, ocupámos o Parque Eduardo VII, prendemos a PSP, prendemos a GNR, prendemos os PIDES que a população indicava, que perseguiam a população portuguesa.
Burburinho geral.
Tive esse grande privilégio de assistir ao nascimento da democracia em Portugal. Agora, desta tribuna, eu queria perguntar aos Excelentíssimos Senhores Deputados Coito Pita e Tranquada Gomes onde é que eles estavam quando veio o 25 de Abril? Queria perguntar a Sua Excelência o Senhor Presidente da Assembleia, que toda a vez que eu vou lá falar com ele me diz “porte-se bem, porte-se bem, está continuamente a me dar lições de moral”, eu queria perguntar ao Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia onde é que ele estava quando se deu o 25 de Abril? Eu vim para a minha terra confiado que ia ser instaurada a verdadeira democracia nesta terra. Assistimos ao nascimento da autonomia, ao Parlamento autonómico, e eu pensava que tínhamos um Parlamento democrático, pensava que o Partido Social Democrata que era um partido democrático…
Burburinho geral.
…mas comecei por verificar que realmente não era bem assim. O Partido Social Democrata tinha alguns que eram verdadeiros sociais democratas, mas os chefes desse partido não eram sociais-democratas, os chefes desse partido eram reaccionários, eram fascistas, nomeadamente o seu chefe mor, o Dr. Alberto João Jardim.
Protestos do PSD.
Burburinho.
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Srs. Deputados, eu pedia um pouco mais de silêncio.
José Manuel Coelho: Em 1977, participei nas campanhas da APU e depois verifiquei que havia pessoas dentro do PSD, mandatadas pelo chefe, o chefe fascista, que recebiam ordens para me assassinar. Eu tive três presidentes de câmara do PSD que receberam ordens de Alberto João Jardim para tirar a minha vida, para me matar! Eu uma vez ia às sessões da câmara, no tempo do Paulo Jesus, e as sessões da câmara foram transferidas para a parte da tarde e veio um familiar do Roberto Almada, do Deputado Roberto Almada, falar comigo dizendo assim: “Coelho, você não vá às sessões da câmara na parte da tarde porque eles vão matá-lo, o João da Sorte vai vir e vai-lhe dar um tiro e você vai ser assassinado” e eu deixei de ir às sessões da câmara. Para comprovar aquilo que o familiar ali do meu camarada dizia, em 1980, estávamos numa campanha, pela APU, em Gaula, quando esse famigerado João da Sorte, acompanhado dos capangas do PSD, faz-me um raio para me assassinar. Eu consegui fugir. Eles deram seis tiros num camarada meu, da altura, esse camarada ainda está vivo, o camarada Manuel Teixeira, esse camarada levou seis tiros. Em recompensa por esse serviço prestado ao regime, esse senhor que deu os tiros, o João da Sorte, tem hoje uma rua com o seu nome, no Caniço. Isto não são brincadeiras, não são fait-divers, são verdades! Passou-se comigo. Eu já tive três presidentes de câmara que tentaram me tirar a vida, mandatos pelo chefe fascista, o Alberto João Jardim. Eu actualmente quando vendo o Garajau muitas pessoas dizem-me: “olhe, tome cuidado que o Jaime Ramos pode matá-lo, pode mandar alguém assassiná-lo”.
Sem dúvida que nós não vivemos num regime democrático! Nós vivemos num regime ditatorial que está disfarçado numa social-democracia, porque o Partido Social Democrata daqui da Madeira não é o mesmo Partido Social Democrata do Continente, é um partido que não respeita a democracia, é um partido que se puder, mata os democratas.
Por isso, eu vim a esta Casa para ajudar o combate do Prof. João Carlos Gouveia, que é preciso derrubar o regime, deitar abaixo este regime facínora e reaccionário, porque o maior perigo que há para a democracia é o conformismo, é as pessoas se acomodarem, os democratas se acomodarem, porque as forças reaccionárias comandadas pelo líder fascista desta terra a pouco e pouco vão tirando as liberdades. Só no espaço dum ano e meio já reviram… vão rever… já reviram portanto o Regimento três vezes! Vão tirando as liberdades. A pouco e pouco os democratas vão cedendo, vão cedendo. Só que não se devem esquecer duma coisa: é que as grandes ditaduras da História evoluíram a partir das democracias parlamentares e foi a cedência dos democratas, o conformismo. Os democratas foram cedendo num ponto, foram cedendo noutro até que democracias parlamentares evoluíram para sanguinárias ditaduras. Temos um exemplo disso em Portugal, no Estado Novo, que também evoluiu duma democracia parlamentar e tornou-se uma ditadura sanguinária. Eu lembro-me do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, quando ele dizia, falando sobre o conformismo que se apoderava dos democratas: “a indiferença é o maior perigo, o maior inimigo da democracia” – dizia Bertolt Brecht, em 1933…
Burburinho.
…que… vieram ter junto dum democrata e disseram: “olha, estão prendendo os comunistas”. Eu não me importei, porque eu não era comunista! Depois disseram-me: “oh! estão prendendo os sindicalistas” e eu também não me importei porque não era sindicalista. Depois “estão prendendo os sacerdotes, os padres”, eu também não me importei porque não era padre, mas depois, tempos depois “ah! mas já estão a prender-me, já estão a levar-me” e não havia já nada a fazer, meus amigos!
Portanto, nós temos aqui um Regimento que é atentatório das liberdades democráticas do 25 de Abril, da autonomia, dos ideais de Abril e já é tempo dos democratas desta terra dizerem “basta!”, pôr um travão a esta situação. Não é suficiente ir a Tribunal Constitucional. Está nas nossas mãos hoje, aqui e agora, os democratas, os partidos da oposição desta Casa travar esta ofensiva reaccionária e antidemocrática deste regime jardinista. Basta apoiarem a iniciativa do meu partido, abandonarem este Parlamento, deixarem os parlamentares do PSD falar sozinhos, no seu regime antidemocrático, abandonarem! Não é preciso ir para o Tribunal Constitucional! Nós hoje, se quisermos, podemos fazer o 25 de Abril nesta terra! Podemos boicotar este Parlamento! Podemos sair, abandonar esta Assembleia e fazer trabalho político lá fora.
Burburinho.
Escusa de a gente estar aqui a legitimar esta gente, esta gente que atenta constantemente contra a democracia, contra os direitos de Abril, meus amigos. Os partidos da oposição têm uma palavra a dizer, porque se não tomarem uma atitude firme contra esta gente reaccionária vai acontecer aquilo que aconteceu ao Bertolt Brecht… aquilo que dizia o Bertolt Brecht: a democracia, quando verificarem, já não têm democracia. Nós actualmente já não temos liberdade de expressão…
Protestos do PSD.
Antigamente, um deputado nesta Casa…
Burburinho na bancada do PSD.
…não era julgado por delito de opinião, agora já é!
Protestos do PSD.
Temos um deputado nesta Casa, um grande camarada, um grande lutador que é o Paulo Martins que está a ser julgado nos tribunais por um juiz fascista e vai ser condenado por esse juiz fascista, meus amigos! Não tenham dúvidas!
Burburinho.
Hoje, é o Paulo Martins! Ontem foi o Leonel Nunes que foi condenado por outro juiz fascista. Amanhã será qualquer um de vós. Meus amigos, é preciso combater esta gente reaccionária, esta gente que é contra Abril, esta gente que é contra a autonomia, esta gente quer a ditadura, quer tirar duma vez as liberdades, as poucas liberdades que nós temos neste Parlamento, porque estes senhores do PPD/PSD eles não são sociais democratas, estão travestidos, estão camuflados de sociais democratas, mas eles ao fim ao cabo são da extrema-direita, são fascistas, são pessoas viradas para o 24 de Abril!
Burburinho na bancada do PSD.
Lembrem-se que esta Casa nunca teve a honestidade de celebrar o 25 de Abril. Sempre odiaram o 25 de Abril. Nunca nesta Casa foi celebrado o 25 de Abril, por ordem do chefe fascista supremo que manda nesta terra, que nunca se converteu à democracia. Eu acho que é altura dos democratas dos partidos da oposição perderem a sua passividade e tomarem uma atitude firme. E essa atitude firme, na nossa opinião, não será ir ao Tribunal Constitucional, é fazer o 25 de Abril aqui mesmo, abandonar esta Assembleia, fazer o trabalho político lá fora, deixar eles a falar sozinhos para mostrar ao País inteiro o sistema antidemocrático que se vive aqui nesta Madeira, porque é preciso ver o verdadeiro regime. O verdadeiro regime que governa esta terra não é o regime democrático, é o regime nazi fascista do populista Alberto João Jardim.
Protestos do PSD.
Burburinho geral.
Portanto o regime deles, meus amigos, é este! (Neste momento, o deputado desfralda uma bandeira nazi.) O regime desses amigos, destes amigos do Partido Social Democrata é este…
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Sr. Deputado…
Protestos do PSD.
José Manuel Coelho (PND): É este regime, é o regime do nazi fascismo do Hitler…
Protestos do PSD.
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Sr. Deputado, faz favor…
José Manuel Coelho (PND): São eles, são atiradores deste regime…
Protestos do PSD.
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Faz favor de retirar a bandeira…
José Manuel Coelho (PND):…eu trouxe esta bandeira para oferecer ao líder do PSD, o Jaime Ramos…
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Estão suspensos os trabalhos.
José Manuel Coelho (PND): …esta bandeira é para oferecer a ele! Esta bandeira é para oferecer a este covarde, este traidor da Madeira, este fascista…
PRESIDENTE (Miguel Mendonça) Eu pedia uma reunião de líderes desde já (...)"



Via PensaMadeira (que por sua vez veio via Ultraperiferias)

2008-11-06

MANIFESTO “ANTI-PRETOS”: BRANCOS PRETOS E PRETOS BRANCOS



Calma, ao contrário do que o título possa indiciar, isto não é uma demonstração de racismo… Bem pelo contrário… Passo a explicar… Tudo começou com Lewis Hamilton (no ano passado e com corolário no presente) e culminando agora com Barack Obama... Ao Tiger Woods não passei muito cartão, talvez pela novidade do fenómeno naquela altura, e por isso ainda não enjoava…
BASTA! Estou farto! Porque é que isto tem que girar em torno da cor da pele??! Ainda que num tom elogioso, a ênfase desta vitória nas eleições presidenciais americanas tem sido a cor da pele de Barack Obama… “Primeiro presidente afro-americano dos EUA”… Bah!! Ignoremos a perspectiva humanista (jamais vista desde JFK); as medidas para transformar a segurança social numa outra digna desse nome, nomeadamente no sector da saúde; a atitude de aproximação/reconciliação em contraste com a anterior atitude de radicalismo/confrontação internos; a redefinição da política externa com afastamento da postura imperialista e de imposição, virando para o internacionalismo; a política económica baseada na criação de valor real e não nas mais valias artificiais (e voláteis) dos mercados financeiros; as preocupações ambientais... Naaaaaão, centremo-nos apenas no facto de Obama ser preto, ou filho de um preto, ou filho de um preto queniano, que isso é que é importante… Esqueçam tudo o que é verdadeiramente importante… Porque o que interessa mesmo é a cor da pele…

Com esta atitude, os media mundiais transformaram e adulteraram o “Yes we can” da mudança/esperança humanista num outro “Yes we can elect a black president”. Ainda que inconscientemente (ou talvez não), este ênfase e distinção de tratamento só contribui para manter um fosso psicológico social entre brancos e pretos. Como se brancos, pretos, amarelos não fossem todos meras pessoas. PESSOAS, ponto final! Foi um preto que ganhou as eleições? Errado! Foi um cidadão americano, no caso um democrata. Não foi uma cor que venceu, foi uma PESSOA!! Se essa pessoa é branca, preta ou amarela isso é apenas um atributo físico e portanto irrelevante… E nesta perspectiva, dar ênfase ao facto de Obama ser o primeiro presidente preto da história dos EUA é tão relevante como alguém ser o primeiro presidente com um sinal no tornozelo, pêlos nas orelhas ou um queixo com 30cm de comprimento (escrevi queixo porque não encontro uma bolinha vermelha para pôr…).
Podem vir com a historicidade em causa para justificar, mas a verdade, e a meu ver, por mais elogioso que seja o tom, e por melhor que sejam as intenções, isso só contribui para chamar à baila, por um lado os discursos de vitimização e por outro os de racismo. O que deveria ser chamado à baila são as atitudes e as ideias e propostas que os candidatos apresentaram.

E há mais para apontar o dedo! O que é que Hamilton e Obama (e já agora, Woods) têm em comum? São todos café com leite! Nem “verdadeiros” pretos são!! Brancos pretos ou pretos brancos, como queiram. Por isso, quanto muito, as manchetes poderiam ser: “Americanos colocam café no leite presidencial”…

Exige-se portanto que retirem de todas as manchetes e conversas de taberna a palavra preto (ou na sua versão politicamente correcta, afro-americano) quando referindo a vitória de Obama! Não porque seja um insulto mas porque diminui o seu valor, desviando a atenção para algo tão irrelevante (e já expliquei porque é que o argumento da historicidade é contraproducente).

Ah como eu gostaria de ver referido o Hamilton campeão mundial como “aquele que foi mais rápido, agressivo e tecnicamente superior, enfim, o melhor!”. Em oposição a “aquele que foi o primeiro campeão mundial negro da história da f1…

VIVA O OBAMA!!

Roma: pão e circo

Mais um capítulo no insustentável endividamento da Região Autónoma da Madeira.

"Jardim irá pedir um empréstimo de 50M € para pagar o 13ºmês aos funcionários públicos".

De repente penso em Roma e na máxima pão e circo...

A sobrevivência do regime e a visão curta de sobrevivência [pelo menos é o que aparenta esta medida, sabendo que o Estado é o maior empregador da Região] , poderão vir a pôr em causa a sustentabilidade futura da região...

Pilatos

...em noite de ressaca eleitoral, fica sempre bem o lavar de mãos proferido por Sarah Palin, a principal esperança republicana para 2012, ao referir que as culpas da derrota não podem ser assacadas a si.

Sintomático!

Ainda a bandeira e os limites...

Coisas de Madeira: Os Blogues Politicamente Correctos

(Lisboa) Alguns blogues manifestaram hoje repúdio pela atitude do deputado do PND. Certo, nada contra, cada um tem o direito de julgar pela sua própria cabeça mas onde estavam estes justiceiros modernos quando eram pessoas do PSD-Madeira a insultar colegas seus de parlamento? Onde estavam a defender a assembleia quando outros eram humilhados em frente de toda a gente. Como posso eu condenar uma pessoa pelas suas actividades pouco respeitosas pela democracia quando esta última é continuamente desrespeitada por outros. Há aqui um princípio de coerência que é preciso ter.

in funchal.blogspot.com

Encontrei este texto no excelente Blogue Funchal (é alvo de visita assídua da minha parte) e sou obrigado a discordar parcialmente com o escrito.

Pese seja muito crítico em relação à postura muitas vezes anti-democrática dos deputados da bancada laranja - basta olhar às declarações recentes registadas de que propostas da oposição pura e simplesmente seriam chumbadas sem apelo nem agravo, por muito boas que estivessem - creio que terão que existir certos limites.

Os fins não justificam todos os meios. Creio que só assim poderá ser salvaguardada um certa postura e reserva moral em relação às posições muitas vezes assumidas por certas pessoas na bancada da maioria. É nesta linha que a efectiva diferença poderá ser vincada.

Dou o exemplo de Guantánamo. Os EUA, paladinos da liberdade e da democracia, ao usarem esta base para torturas e desrespeito de liberdades básicas aos prisioneiros, perdem toda a reserva moral nesta matéria perante o resto do mundo.

Eu por exemplo, pese até compreenda o porquê da acção do deputado Coelho [realmente esta alteração de regimento é um atentado à cultura de pluralidade democrática própria de democracias maduras - que não é o nosso caso, pois a rotatividade eleitoral habitual, sintoma de maturidade do sistema, é uma miragem na nossa região], não posso pactuar com a forma de protesto seguida, ainda para mais no local onde o mesmo foi feito.

Bem sei que olhando para trás, alguns dos maiores regimes ditatoriais da história foram criados a partir do cerceamento de liberdades, votadas em parlamentos eleitos - basta ver o trajecto da Alemanha de Weimar e a ascensão de Hitler.
Há claustrofobia política e ausência de plena democraticidade na região? Sim, é verdade. No entanto há que ter em conta que a comparação efectuada pelo deputado Coelho é muito grave e proibida pela nossa Lei Geral [leia-se Constituição] . E não é moralismo apontar isso.

A Assembleia Legislativa Regional da Madeira, orgão máximo por excelência representativo da vontade popular dos Madeirenses e Portosantenses deve ser palco da máxima elevação. E o combate a estes constrangimento não podem pôr em causa a tal reserva moral onde o debate político se deve efectuar (mesmo que certas pessoas não o mereçam).

Olhando de uma outra perspectiva, fazendo o papel de "spin doctor", como André Escórcio refere no seu espaço [Com Que Então...!], esta situação apenas vem dar trunfos ao outro lado, podendo o partido do poder ganhar pontos com a posição de vitimização, dando azo a uma melhor aceitação por parte da população aos constrangimentos que querem impor - que recorde-se poderão lesar gravemente a qualidade de debate e fiscalização por parte da oposição na Assembleia ao já todo o poderoso Executivo Madeirense.

Mas nem vou por esta linha.
Já basta os patéticos episódios de enxovalhamentos anteriormente registados [por vezes como é bem dito por elementos da maioria] ou o esquecimento a que o órgão foi votado, aquando da visita à região pelo Presidente da República em Abril.

Da mesma maneira que repudio estas acções, repudio a realizada hoje. Com a agravante que a exibição de simbologia afecta a teorias nazi ou fascista ser punível por lei.

Julgo que foi nesta linha que a maioria dos textos de repúdio que li (ou em última instância aquele que eu próprio escrevi) se inserem.

2008-11-05

Deplorável

Dia negro na Assembleia Legislativa Regional. A exibição de uma bandeira com uma suástica nazi em plenário por José Manuel Coelho, como forma de protesto para a redução dos tempos de intervenção na Assembleia por proposta do PSD-M (para os restantes grupos parlamentares numa alteração de regimento), ultrapassa todos os limites (e vai contra a Lei Geral do país).

Posso até compreender e concordar com o motivo de discórdia - a representatividade e a qualidade dos tempos de intervenção deverão ser mantido a bem do bom espírito democrático - que diga-se de passagem escasseia ao ver certas atitudes por parte do maior grupo parlamentar. No entanto, não posso deixar de condenar esta exibição, tal como o faria se fosse uma bandeira da ex-URSS (pese compreenda que a tolerância face a esta seja maior na nossa sociedade).

Quanto às acusações das ameaças de morte feitas contra o deputado, creio que haveria locais próprios onde essas poderiam ser expostas.

E assim vai a Assembleia Legislativa Regional!

Desenvolvimento não é só Cimento!


(clicar na imagem para assinar)

Yes, he did it!


Obama o 44ºPresidente americano, neste momento com 334 delegados e 52 Milhões de votos (ainda faltam fechar a contagem alguns estados à hora que escrevo), numa eleição cuja taxa de participação terá rondado os 50% (bem acima dos habituais 30%).

País extremamente criticado pela agressiva e unilateral política externa em especial após o 11 de Setembro de 2001, estas eleições vêm comprovar no entanto, que se há país que permite e dá oportunidades a uma efectiva mobilidade social e política, esse país são os Estados Unidos. Toda esta corrida, começando do zero e esta eleição vem comprovar exactamente isso.

Referir o simbolismo que norteia esta eleição. Mais que diferentes políticas (não acredito que a Obama faça um corte tão grande com medidas preconizadas pelos seus precessores como alguns comentadores indicam - embora visse com bons olhos), olhando ao "melting pot" que é a sociedade dos EUA, o que noto é que finalmente as feridas abertas com a Guerra Civil, poderão ser saradas (copiando um editorial do NY Times).

Com um discurso conciliador (aliás tónica já usada no discurso de derrota de McCain)", Obama apelou à união de todos para uma inversão do actual estado de coisas. "This is your victory!"

Post Scriptum: É de questionar se seria possível em Portugal haver um Presidente negro ou de etnia cigana....

2008-11-04

Wind of Change*

Qual a semelhança entre a F1 e as Presidenciais Americanas'08?

369ª


...é desde esta noite, o número de vitórias do Maior das Ilhas sobre o nacional.

Numa situação outra situação, seria normal estar efusivo com mais esta vitória num derbie, com toda a carga irracional que o mesmo transmite e transporta. Ainda para mais, com um clube cuja matriz é completamente distinta do Marítimo (pelo menos nas suas origens).

Não, não me apetece embandeirar muito em arco.
Desde sempre o mais popular e maior clube das ilhas, o Marítimo há muito que vem atravessando uma lenta erosão (aliás comum nos outros clubes da região), havendo um progressivo afastamento das cúpulas dirigentes em relação à sua massa adepta.

Mais que saudar a vitória, esquecendo assim num ápice as cada vez maiores críticas da sua (desprezada) massa adepta, convém neste momento de celebração [onde porventura muitos dos críticos passarão do 8 ao 80], reflectir sobre o rumo que o clube tem vindo a trilhar nestes últimos anos.

O Marítimo de génese popular, orgulhoso dos seus 98 anos anos de conquistas efectuadas com muito esforço, dedicação e tenacidade, não é o Marítimo "caviar"de hoje, submisso ao poder político e refém da teia de interesses de meia dúzia (muitos com altos cargos no clube). O Marítimo Campeão de Portugal, o Marítimo dos 35 Campeonatos da Madeira, o Marítimo que conquistou a pulso a subida aos nacionais contra tudo e contra todos, não se reveria neste Marítimo amorfo e quase sem alma. Um Marítimo cuja SAD engrandeceu o património, em detrimento da sua maior riqueza: a sua imensa massa adepta - porventura o maior activo, isto dirigindo-me a todos aqueles que falam a estranha linguagem das SAD's e SGPS's...

Antes de pensamentos em títulos e glórias (Champions incluído), os sócios e simpatizantes pedem antes de mais que honrem e dignifiquem o emblema que ostentam. Desde os jogadores, aos treinadores, e a toda a estrutura directiva - em especial esta última.

Faço uma pausa neste meu pensamento.

Volto à parte irracional. Hoje tenho de tirar o chapéu aos primeiros pois lutaram e honraram o emblema que representam. Não envergonhariam o velhinho Marítimo popular. Ganhámos.

Vamos Marítimo!
"Soubeste honrar a Madeira com orgulho e altivez"

2008-11-03

Street Wise

"Crédito bom é cobrança em Tribunal!"

Face à recente nacionalização do BPN (a primeira desde 1975), devido à "iminente ruptura de pagamentos" e "incapacidade de manutenção de rácios mínimos de solvabilidade" nada como escrever as proféticas palavras que vi num tapume junto a Entrecampos...