2008-12-30
Uma questão de diálogos
the other side...
Algum excerto de artigo de algum "opinion-maker" europeu com sentimento anti-americano?
Não, apenas a opinião veiculada por um "opinion maker"...israelita.
De fazer corar (face à completa ausência de contraditório e à visão muito parcial como são referidas as notícias) algumas redacções de televisões portuguesas e alguns fazedores de opinião cá do burgo...
excerto via Arrastão
2008-12-24
Atitudes sociais dos Madeirenses perante o Ambiente
Foto: flirck
Caça ao voto ou simples demonstração das carências sociais existentes?
Uma resposta com uma visão superficial do assunto, poderia indicar que sim, dado que o contexto reveste-se de uma lógica caritativo e assistencialista. No entanto, aqui o contexto é outro. Creio que mais uma vez, o PND-M conseguiu com uma acção de grande mediatismo (e sabendo-se que o pendor cada vez maior que a comunicação assume em política e na visibilidade que o dado partido tem por parte do simples eleitor), mostrar uma outra face da Madeira. Aquela que está seriamente constrangida a nível económico, mostrando-se no entanto aqui, cada vez maior fractura social existente, cada vez mais decorrente do tipo de desenvolvimento que estupidamente continua a ser empregue (ao invés de se apostar no reforço das competências educacionais e cívicas que por sua vez redundaram num maior "empowerment" político da população).
Há diversas condicionantes que convém referir e que na passada segunda feira vieram ao de cima. Em primeiro lugar, nota-se que claramente há imensas franjas da população que porventura não compreendem o carácter fiscalizador que umas eleições podem constituir. Frases como "Votei desde sempre neles, mas agora vou experimentar estes" são sintomáticas desta falta de maturidade do eleitorado (aliás, em abono da verdade não se resume só à região, sendo vísivel em muitos outros pontos do país). E nem arrisco entrar, pela percepção por parte destas franjas de mecanismos de alternância democrática.
Outro aspecto que é realçado é a chamada "gratidão" que muitas franjas atribuem a certas medidas/acções mediáticas que são efectuadas. Escrevo "mediáticas" pelo simples facto do eleitor comum ter uma visão política a curto-prazo muito centrada no seu dia a dia. Assim, o clamar os louros por medidas introduzidas ou o fazer grandes acções mediáticas (mesmo que o alcance destas seja nulo), acaba por premiar e trazer maiores dividendos eleitorais, gerando fenómenos de fidelidade partidária - e num estado mais avançado caindo numa espécie de "clubite partidária", que a adopção de acções mais contidas e pensadas a longo-prazo.
Numa altura em que assistimos a uma explosão dos meios de comunicação, a passagem de mensagem e a "mostra de trabalho feito" torna-se assim muito importantes. Aliás a lógica de aumento de fundos destinada ao Parlamento, tem por detrás esta premissa. No caso do partido no poder, trata-se no fundo de uma forma de financiamento de meios que o permitam perpetuar-se como o mais votado.
Nesta questão em particular, os círculos ligados ao partido de poder rapidamente acusaram o PND-M de populismo e de demagogia. No entanto, lembramos que esta medida não é virgem e a política de pão e circo há muito que é posta em "marcha" nesta região (e isto dito literalmente). Mas nem vou por aqui, nem vou justificar esta acções com muitas acções similares que já aconteceram por parte de outros partidos. Creio que o método usado não é ético - que diferença entre isto e a compra de votos na antiga Roma?
Mas aqui reconheço que o motivo é maior e nobre e aceito que numa situação limite - como a que aparenta estar a acontecer - também se recorra a armas que o adversário usa e abusa. A fractura social na Região é enorme, o imobilismo social ainda é forte e largas camadas da população continuam a passar ao largo do dito desnvolvimento da "Madeira Nova", com todas as limitações que daí advêm. E esta acção do PND-M veio simplesmente por a nú tudo isso.
Constatações
Radiografia e BI's
...Que terão em comum? Para além da sua maleabilidade, conseguem forçar a fechadura de uma maneira muito limpa uma porta de apartamento [e assim de repente, este blogue adquiriu por momentos um ar de "Anarchist Cookbook"]...
Hoje registei um upgrade de competências. Tive que arrombar a minha própria casa, com uma radiografia que o São Carregador de Piano me providenciou - as chaves ficaram lá dentro por esquecimento e os colegas com quem partilho o espaço já estavam na ilha... Estou apenas na dúvida se coloco este upgrade na parte das competências técnicas do CV ou se coloco na parte das informações adicionais...
E para celebrar o meu primeiro Break & Enter, nada melhor que recordar esta excelente - e já antiga - música dos britânicos Prodigy (de nome igual), percursores do big beat - aqui num vídeo particular interessante.
post scriptum: a sério, fiquei siderado com a facilidade com que a porta se abriu. Já tinha ouvido falar disto, na mesma lengalenga da história da bola de ténis de mesa e os carros de fecho centralizado. Mas a verdade é que resultou de uma maneira arrepiantemente limpa...e depois, para experiência, até com um BI abriu...
post post scriptum: melhor foi o facto de ter sido alertado para o uso desta solução por parte de um...polícia (ehe)!
2008-12-22
Sugestões de Natal by desbobina II
"Believe in God instantly! Surrender yourself to a higher power and never feel alone again!"
O verdadeiro 2 em 1. Melhora o hálito e a alma!*
*disponível também em versão spray de defesa!
Zapping Quiz
[dica por aqui]
2008-12-17
2008-12-15
Vamos lá ver se desta vez a lei está do lado dos mais fracos
Fisco: Contribuintes a recibos verdes podem fazer requerimento para evitar pagamento de multa
Lisboa, 15 Dez (Lusa) - Os contribuintes a recibos verdes que têm declarações anuais de IVA em falta devem entregar esse documento e fazer um requerimento a pedir a suspensão do pagamento da multa, segundo o fiscalista Rogério Fernandes Ferreira.
Em causa está um decreto-lei de 2007, que teve efeitos retroactivos a 2006, que obriga as pessoas a entregarem anualmente um anexo de informação contabilística e fiscal, além da declaração fiscal que fazem de três em três meses.
O incumprimento desta obrigação tem associada uma coima de 125 euros por ano, pelo que existindo dois anos em falta a multa ascenderá a 250 euros.
O Público noticiou no sábado que o Fisco está a exigir a 200 mil contribuintes a recibos verdes a declaração em falta e o pagamento da respectiva multa, podendo com isso encaixar 50 milhões de euros.
Em declarações à agência Lusa, Rogério Ferreira disse que os contribuintes podem invocar o artigo 32º do Regime Geral Infracções Tributárias (RGIT) para, depois de entregarem a declaração em falta, tentarem não pagar a multa.
O artº 32 do RGIT prevê que pode não ser aplicada a coima desde que se verifiquem ao mesmo tempo três condições: a prática de infracção não gere prejuízo à receita fiscal, esteja regularizada a falta cometida e desde que a falta cometida tenha associado um "diminuto grau de culpa".
"Parece que não se verifica prejuízo porque [o que está em causa] é uma mera declaração obrigatória", não havendo imposto em falta, afirmou Rogério Ferreira, explicando que as pessoas devem primeiro entregar a declaração em falta e depois entregar um requerimento para dispensa da aplicação da coima, não pagando a coima.
A seguir, o contribuinte deve aguardar pela decisão da entidade que decide a aplicação da multa.
O fiscalista Tiago Caiado Guerreiro considera que "não se verificando incumprimento de qualquer imposto e tendo o contribuinte informado [o Fisco] com as outras declarações, não há qualquer cabimento à aplicação desta contra-ordenação".
Esta não é uma "violação da lei com relevância", acrescentou Caido Guerreiro, sublinhando que aquilo que a administração fiscal vem agora reclamar é uma "mera formalidade burocrática", constituindo "abuso de poder" e "terrorismo fiscal", como o director do Público apelida a actuação.
"Por não ser essencial ao cumprimento do pagamento do imposto e dos deveres informativos, as pessoas não a cumpriram", notou ainda Caido Guerreiro.
IRE
In Lusa/Fim
2008-12-13
Entrevistas de emprego...
Senhor da Câmara: Bem...Tive a ver a sua candidatura e devo dizer que fiquei logo de pé atrás quando vi aqui no seu BI que reside em Alvalade...mas depois vi que já fez voluntariado no GLORIOSO SPORT LISBOA E BENFICA...e disse logo às minhas colegas, por mim fica este!
Eu: Pois...reconheço...é a principal falha no meu CV...residir em alvalade...mas estou à procura de casa na zona da Luz...
FRANCISCO COELHO: ENVIEM-NO PARA A MADEIRA!!
Francisco Coelho, ex-líder parlamentar da bancada socialista e recém-empossado presidente do parlamento açoriano, estreou-se no cargo adoptando um estilo laranja madeirense...
2008-12-12
Maio 68 e Atenas 2008 - pontos de contacto?
Haverá mesmo coincidências? No ano em que se comemoram os 40 anos do Maio de 68 eis que surgem dos mais violentos confrontos sociais numa democracia europeia das ultimas décadas. Mais do que isso eles alastraram-se a vários sectores da sociedade e mesmo a outros países contíguos. Será que tal como na Paris de 1968 estaremos perante um novo momento de consciencialização social de jovens e outras franjas da sociedade?
Se fizermos uma análise com maior atenção e pormenor apercebemo-nos desde logo que existem diferentes motivos por detrás destas manifestações e movimentações sociais, e que alguns deles são muito pouco inocentes.
Se por um lado, parece evidente que os jovens atenienses e gregos sofrem o mesmo que portugueses, franceses ou espanhóis... são as já famosas gerações 1000 euros e afins... os que vivem até mais tarde em casa dos pais e sobrevivem com empregos precários em call-centers... Por outro lado, parece mais que óbvio que não serão estes jovens que vão para a rua atacar policias com a cara tapada e armas brancas.
Ou seja, tal como nos encontros dos Fóruns Sociais Mundiais, há um aproveitamento politico de alguns movimentos de extrema esquerda militarizada e anarquistas deste descontentamento para ganharem força e adeptos nas ruas.
A acreditar que a crise mundial na politica, economia e finanças é real e está a mexer com a sociedade, não nos devemos por isso agarrar às manifestações violentas de Atenas mas sim à emergência de movimentos artísticos engajados politicamente, à difusão de blogs e sites com criticas e alternativas politicas, à massiva participação de jovens na eleição do ultimo presidente dos EUA... Porque a politica está aí fora... em todo o lado... nas paredes de Banksy e no teu próprio "jardim".
2008-12-11
MAIS UMA LARANJADA MADEIRENSE
Guilherme Silva, deputado da assembleia da república pelo PSD/M, veio a público defender uma solução a todos níveis brilhante, para livrar a assembleia do flagelo dos deputados gazeteiros. E qual terá sido o resultado de tão esforçado e inteligente raciocínio? Nada mais, nada menos do que...ABOLIR OS TRABALHOS DA ASSEMBLEIA À SEXTA-FEIRA!!! Gazeta autorizada e paga pelos contribuintes...
As memórias que nunca se apagam.
Senhoras e Senhores, Tudo me Dobra Pena, tema oficial de As Memórias que Nunca se Apagam:
UM ÁRBITRO DAS ESCOLAS DO FCP...
2008-12-10
Irracionalidade
post scriptum: Vá lá, que apenas comecei a ver o jogo a partir dos 55 minutos de jogo...
Mitos de Sintra...
Chegou ao fim o curso intensivo de pós produção de vídeo dado no IPJ-Lisboa. Valeu pela experiência de operador de câmera, coisa que ainda não tinha noções corretas do mesmo, e também pelo uso de novas ferramentas de edição de video (Final Cut Pro da Apple e Avid. Premiere já conhecia e já trabalhava).
Como trabalho final nada melhor com um documentário sobre os Mitos de Sintra.
Lá fomos nós para Sintra...de dia entrevistar a população local e por fim durante a noite para comprovar se é ou não verdade...(um tanto parecido com o MythBusters... lol...não tem nada a ver...)..3h da manha andávamos nos pela serra de Sintra em busca da Teresa Fidalgo (a rapariga que está a pedir boleia e que tinha falecido na serra de Sintra).
O vídeo não tem efeitos especiais nenhuns... está tudo filmado e tivemos muita sorte em ter recuperado a gravação! .... LOL
Todo este vídeo foi feito pelos quatro elementos do grupo, todos filmamos, entrevistamos, editamos...convertemos...um pouco de tudo a dividir pelos quatros elementos do grupo.
2008-12-08
Marítimo 0 Benfica 6: À meia dúzia é mais barato...
Há dias assim... Mas mesmo nestes dias em que tudo corre mal, convém ter a lucidez necessária para não incorrer em fanatismos ou despropósitos destes.
Sou sportinguista e simpatizante do Marítimo, e por isso insuspeito na minha opinião. Daí advém que agradar-me-ia sobremaneira ver o resultado invertido...mas a realidade não o permite. E agradar-me-ia de duas formas: por um lado uma derrota do Benfica, por outro uma vitória do Marítimo.
Mas descendo agora à terra...o que a maioria das pessoas viu neste jogo foi meia dose de sorte benfiquista e outra meia dose de mérito. Ainda que tenha havido um ou outro erro da arbitragem a favor do Benfica (e houve sim senhor), a expressão do resultado não permite grandes extrapolações nessa área... E ainda foi perdoada uma expulsão ao Olberdam, que seria mais que merecida...
São por isso no mínimo ridículos, os comportamentos como este... Especialmente peculiares são as suas afirmações acerca do SLB, sabendo-se que vem de um adepto confesso do "Futebol Corrupção e Putas"... Mas é verdade que não é nada de novo, trata-se do mesmo tipo de fanatismo cego com que "vê" a política, impregnando-a de óbvia clubite partidária (laranjinha).
Mais grave, bem mais grave, constitui o que escreveu no último parágrafo da caixa de comentários do referido post. E mais uma vez, tem o mesmo método do político...Isto se associarmos ao facto do seu grande líder, do qual é fã e venerador, AJJ, apelar despudorada e abertamente à violência contra todos os que "não lhe agradem"...
2008-12-05
Ai a nossa televisão…
Marionetas e o Arco
Na Rússia, pese a esmagadora maioria obtida pelo partido no poder - Rússia Unida - existem na oposição forças políticas que são pró-governo, não passando de meras marionetas do partido do poder, algo que acaba por em causa a qualidade da já de si "musculada" democracia russa.
Ao olhar à celeuma e aos episódios na qual tem estado envolvido João Isidoro nos últimos dias, não sei porquê este modo de actuação na actual Rússia veio de repente à minha cabeça...
Casa da Madeira em Lisboa...
Golegã - uma viagem a outro Portugal
Antes de mais, refira-se que a Golegã é um pequeno concelho com 76,49 km² e 5 589 habitantes (segundo INE 2006), implantado em plena lezíria ribatejana, fazendo fronteira com o concelho da Chamusca, Santarém, Vila Nova da Barquinha, Torres Novas e Entrocamento. Visto deste prisma parece um pequeno e pacato concelho ribatejano, mas há um facto que lhe confere uma especificidade: auto-intitula-se a Capital do Cavalo.
E a verdade é que tudo gira em volta do dito animal, como uma verdadeira "Equus Polis". Há vias reservadas aos ditos animais, há imensos dejectos de cavalo pelo chão, há cudelarias e boutiques de roupas do género, toda a sinaléctica da vila tem um cavalo embutido, os mitras [gunas para quem nos ler do Porto e arredores/xavelhas para quem nos ler da Madeira] mesmo tendo as habituais Nike até usam o bonézinho à campino, existem inclusivé uma espécie de "skate park" que aqui adquire o nome de "equus park"...
A vilazinha pese todas estas especificidades, vive na sua pacatez, até meados de Novembro, altura em que se realiza a tradicional Feira de S. Martinho [segundo sítio da câmara local, já se realiza desde o séc. XVI], à qual se juntou nos últimos anos a realização da Feira Nacional do Cavalo Lusitano e a Feira Internacional do Cavalo Lusitano. Por estas alturas, a Golegã enche-se, numa feira onde as ruas ficam pejadas de cavalos, pessoas e bosta...muita bosta!
É uma semana onde só se ouve cascos de cavalo pelas ruas, onde os cavalos entram pelas lojas [p.e. ver cavalos a ter prioridade na entrada de bares em vez de pessoas foi das coisas mais surreais que assisti], onde as pessoas que lá se deslocam vibram mesmo com os cavalos e com o horseball, com muita água-pé a sair dos barris das garagens locais...
Até aqui tudo bem e facilmente digerível por uma pessoa de espírito aberto, como penso ser. O pior são as diferenças existentes entre este Portugal marialva que julgava ser uma caricatura distante e o Portugal das metrópoles ao qual estamos habituados. É que meus amigos, as diferenças são imensas e os códigos também o são.
(to be continued...)
Quiz XXXI
Será que este é um exemplo do princípio de especialização inerente aos tempos modernos?
2008-12-04
Uma questão de bom senso...
Para facilitar a transição e de modo a alinhar agulhas com as directrizes emanadas pela próxima administração Obama, a actual administração já veio a terreno referir que não fechará portas a um novo acordo. Olhando à anterior posição, este é um grande passo.
O planeta agradece!
Less Than Jake
Tenho de referir que Less Than Jake não será certamente uma daquelas bandas que qualquer leitor facilmente identificará. A mim e pessoalmente, apenas os conheci com a minha entrada na faculdade, dado que são uma banda que fora dos grandes centros urbanos, não tem a devida divulgação. Mas rapidamente tornaram-se uma das minhas bandas favoritas. Pessoalmente e fazendo referência ao álbum Borders & Frontiers, é daqueles que me lembram imenso o Verão e as grandes viagem de carro por esse Portugal fora (fosse para a costa alentejana, fosse para a costa da zona Oeste).
Focando temas mundanos de uma forma descontraída, com imensa capacidade de gozar de si próprios e criando melodias simples, directas e positivas, começaram por ser uma simples banda punk formada em Gainsville, Florida em 1992, mas que rapidamente acabam fruto da elevada rotatividade da banda no seu início por se transformar numa banda de ska-punk com a entrada de trompetistas e tocadores de trombones.
Less Than Jake são uma banda que pese a sua diminuta difusão, arrastam atrás de si uma enorme legião de fãs. E isso reflectiu-se imenso no concerto [aliás bem aberto por uns interessantes Fita Cola com o seu punk seguro, assim como precedidos de dos animais de palco californianos Guttermouth, numa actuação que até deu para flexões em palco por parte de alguém do público, para danças de uma jovem rapariga com direito a beijo no final ao vocalista, tudo pontuado pelas piadas sarcásticas do vocalista - que exibia um estilo muito Johnny Rotten].
Até deu para o nosso Carregador de Piano fazer stage diving e andar a surfar pela plateia (ehe). Tocaram imensas músicas dos álbuns antigos, "moshpit" activo mas numa onda positiva [como é norma no género], "circle mosh", muito "stage diving", muito "crowd surfing", (incluindo um velhote que insistia em subir sempre ao palco - vide aqui) muita interacção com o palco, muito suor, muitos saltos, corridas em palco, muita cerveja pelo ar.... Enfim um verdadeiro concerto de ska-punk à moda de Less Than Jake (vide aqui vídeo de Look What Happened).
Highly recommended! Com a chancela do Desbobina!
Fica aqui o último vídeo da banda, numa altura em que se nota uma certa mudança de postura face aos temas tratados nas suas letras...ainda assim, uma boa malha a fazer lembrar os bons velhos tempos!
2008-12-03
Normalidade democrática segundo receita do Chefe Silva
- Louve-se o tempo metereológico sentido e ignore-se as reacções das forças políticas da oposição;
- Junte-se a manutenção do seu representante à região, pessoa algo manietada e distante do contexto social e político vivido na ilha, não exercendo convenientemente as suas funções;
- Permita-se 3 alterações de regimento na mesma legislatura pela maioria, reduzindo os tempos de intervenção das diferentes forças da oposição para níveis muito abaixo dos mínimos exigidos, pondo em causa a protecção das minoria;
- Deixe fluir a maioria, deixando a mesma mostrar a deriva autoritária de impedir um deputado livremente eleito e mandatado pelo voto popular, de entrar na ALRM;
- Junte-se as declarações desbocadas do "homem do aparelho" da maioria sempre que acusações e discursos mais elaborados são efectuados pela oposição à passividade anormal do supostamente imparcial presidente da ALRM;
- Polvilhe-se com simples apelos à calma e retorno à "normalidade", ao invés da postura alarmista evidenciada com a questão do estatuto açoreana*;
- Confie-se no testemunho do seu representante à Região, isto quando fica demostrado que semana após semana, a ALRM é descredibilizada;
- Finalize com manutenção no Conselho de Estado, dum presidente de Governo Regional que escuda-se na imunidade do cargo, para fugir a uma queixa por difamação.
Deixe marinar durante cerca de 32 anos e finalmente temos uma situação de "normalidade democrática".
Disponível no Palácio de Belém.
*dúvidas com as quais concordo, diga-se de passagem
Post Scriptum: Não basta a palhaçada ocorrida na semana passada aquando das comemorações do 25 de Novembro (uma vez mais...), soube-se hoje que as transmissões das sessões da ALRM são transmitidas com um diferencial de 5 minutos em relação ao tempo real - algo que se comentava que viesse a acontecer. O pior é saber-se que todos os gabientes de apoio da oposição e a sala de apoio à imprensa, têm a ligação cortada, quando as transmissões estão apenas disponíveis para o gabinete do partido da maioria e para o gabinete do presidente da ALRM...É a "normalidade política" do Sr. Silva a funcionar!
Uma questão de paradigmas...
Quer o sangue novo das pessoas ligadas aos negócios, à economia, que tragam ideias, que façam 'lobby' e possam dar sugestões sobre a organização da universidade. O saber dos académicos é necessário para a estrutura científica, mas Castanheira da Costa lembra que o mito do académico como um homem culto, que domina várias ciências e está informado acabou há muito, o último desta linha talvez tenha sido Kepler no século XVII. "Um académico nem sempre é um homem culto". É uma pessoa especializada, que dedicou e dedica muito tempo a uma determinada área do conhecimento. Por isso, o antigo reitor prefere homens de negócios e políticos no lugar dos seis externos em vez de académicos de outras universidades. Para quebrar o circuito fechado, o isolamento.(...)"
O DN-Madeira trouxe na semana que passou, uma entrevista com Pedro Castanheira, antigo reitor da UMa (Universidade da Madeira) e candidato ao Conselho Geral daquela universidade, juntamente com outras duas candidaturas (na edição de ontem veio uma entrevista com outro candidato - Domingos Rodrigues).
Tem havido nos últimos tempos muita celeuma em volta desta universidade, algo que veio piorar o (já de si mau) nome e reputação da instituição.
O objectivo deste "post" não é discutir a guerra de bastidores que aparenta ocorrer na UMa [aliás nem estou por dentro do móbil em discussão]. Chamou-me a atenção este excerto.
Não deixa de ser interessante que numa altura em que o paradigma científico está a passar dum período em que a especialização se tornou extrema (paradigma moderno) para um período em que o contexto e teorias do caos são tidas em conta (paradigma pós-moderno), este candidato opte por ficar agarrado ao primeiro, optando pela perpetuação do mito economicista (que a economia domina tudo).
Creio que a melhor opção seria uma solução intermédia e creio que a ideia de uma instituição aberta à sociedade civil é um bom passo. No entanto cingir-se apenas a isto e não aproveitar a massa crítica endógena existente dentro da instituição e do sistema académico, creio que é um erro que poderá não trazer grandes frutos e em última instância, poderá facilitar e permeabilizar a universidade face a influências externas, pondo em causa a sua missão e objectivo.
e se eu tivesse um café?
...Raios! É tudo uma cabala! Tudo uma cabala!
Desbobina e a Bola de Ouro
Valha a consolação de que, ao invés de ter recebido uma coroa de louro* pelos feitos deportivos, o nosso pequeno "Jorge Campos" madeirense, recebeu uma tala de gesso, o que olhando com mais pormenor, acaba por ter maior valor que a simples coroa de louros.
*Claro que há pequenos detalhes como reconhecimento, um chorudo salário de 200.000€ semanais, royalties de imagem e outras "pequenas coisas anexas". Mas o que é isto comparado a uma tala de gesso e o carinho das enfermeiras...Pensando bem, imagino neste momento a inveja que Cristiano deve estar a sentir.
Post Scriptum: Cristiano Ronaldo foi realmente o melhor jogador da época que findou e merece o prémio. Creio que terá que rever a sua postura fora do campo, mas isso seriam contas para outro rosário (e post). Fica aqui expressa a satisfação e orgulho (como português e madeirense) por vê-lo chegar aonde chegou.
Post Post Scriptum: Nunca pensei vir a dizer isto, mas a partir de hoje, eu e mais alguns aqui já podem referir que numa dada altura, já defrontaram um Bola de Ouro (ok, no meu caso num jogo de infantis em que ele tinha 8 anos (eu 10 anos) e ainda era minorca, corria muito e ainda estava no Andorinha - curiosamente num jogo em que fui capitão do" galáctico" Juventude Atlântico Clube ;)
2008-12-02
Pillow Fight Report
There can only be one!
ver ainda: reportagem ImprovLisboa
Couchsurfing
Para mais informações clicar aqui
Coerências...
No entanto é interessante verificar algumas inversões de opiniões de reputados "opinion-makers" da nossa praça. Então em relação a Manuela Ferreira Leite, é engraçado ver por exemplo, como em apenas poucos meses, esta para Vasco Pulido Valente [ler crónica dominical no Público], passou de "salvadora" a "solução a prazo até aparecer outro melhor"...
Nem um "paineleiro" do irracional mundo do futebol (por norma toldado pelas palas clubísticas) conseguiria melhor!
2008-11-28
Memo interno - na Bobine a Rodar II
A todos os interessados [temos 12 madeirenses nos nossos "quadros"] consultar mais sobre o jantar via Madeira Minha Vida do nosso amigo BBS.
Memo
Fica para breve!
Dica para a próxima semana...
Web 2.0
Ninguém dúvida que Obama inaugurou uma nova era, em termos de feitura e estrutura de campanha, quer em termos de relação com os próprios eleitores, que de certeza tenderá a ser copiada um pouco por todo o lado.
Aliado ao discurso de confiança [o que numa altura de crise é de louvar e realçar], a atitude e abertura demonstrada por Obama na relação com os eleitores, foi em minha opinião uma das razões para a euforia e dedicação prestada pelos seus ferverosos apoiantes.
Como exemplo, temos a criação [como um comum mortal] de vários álbuns de fotos no sítio Flickr [de onde retirei a foto em cima], onde Obama revelou alguns momentos da campanha. Recordo que outros canais da dita web 2.0 foram fortemente explorados pela sua campanha para fazer passar mensagem, constituindo assim uma forma alternativa de chegar ao eleitorado. Resumindo, tratou-se apenas de seguir as tendências seguidos pelo eleitorado, adaptando-os ao contexto de campanha.
No entanto, dá também azo para ver momentos mais pessoais da vida do candidato [por norma não são revelados] como a pressão vivida na aferição de resultados na grande noite de 4 de Novembro [aceder aqui].
Este Obama sabe!
Post scriptum: é de génio esta foto! O pormenor dos sapatos gastos do candidato ao mesmo tempo que revela trabalho de campanha, revela humildade e aproxima o candidato ao comum dos mortais! Mais que coincidência isto revela muito trabalho de marketing político [digo isto sem qualquer acepção negativa].
2008-11-22
Desenvolvimento não é só Cimento! II [e a importância que petições online podem ter]
Recorde-se que esta obra, envolta em interesses muito dúbios constituindo um grave atentado paisagístico ao dito local, está prevista numa zona coberta pela Floresta Laurissilva, em pleno sítio da Rede Natura 2000, sendo também considerada uma Reserva Biogenética do Conselho da Europa e Património Mundial Natural da UNESCO.
Pese o perigo não esteja de todo afastado, creio que este foi um passo importante na preservação de um recurso endógeno de valor incalculável e face à sua natureza ímpar no mundo.
Post Scriptum: E tu já assinaste esta petição? Clica na respectiva imagem no canto superior direito e dá o teu contributo.
[imagens: via Olhares e Turismo da Madeira]
2008-11-13
REPÚBLICA DAS BANANAS II
Data de Nascimento: 1973/12/10
"Ontem no Par(a)lamento Madeirense passou em branco uma traiçoeira agressão de um deputado do PSD-M ao líder do PND, Baltazar Gonçalves. Quando Baltazar Gonçalves (Deputado com o mandato suspenso e que deu lugar a José Manuel Coelho) estava a sair da zona destinada ao público, escoltado/acompanhado pela PSP, onde dircursou e bem com veemência contra a inconstitucional decisão da ALM de proibir a entrada do Deputado José Manuel Coelho, foi agredido, pelas costas, com um cobarde pontapé pelo Deputado do PSD-M Rui Miguel Moura Coelho, homem de mão de Jaime Ramos e Jaime Filipe Ramos. A RTP-M filmou esta situação e chegou a transmiti-la, mas obviamente que depois a situação foi esquecida e a própria imprensa da Região (jornais e rádios) fizeram de conta que não foi nada, como se fosse normal um Deputado andar a dar pontapés dentro da Assembleia. O Deputado do Bloco de Esquerda, Roberto Almada, já se prontificou para testemunha desta agressão, só que neste caso o PSD-M não vai retirar a imunidade do pontapeador. Agradecia a publicação deste texto pois já chega de branqueamento/esquecimento de 30 e tal anos deste tipo de comportamentos, como se fosse o PND e o Deputado Coelho quem primeiro e durante anos a fio desrespeitassem a Assembleia Legislativa e outros órgãos de soberania, além de adversários políticos.
Respondendo ao apelo, para que estas situações não passem ao lado e encapotadas: http://acagarra.blogspot.com/2008/11/e-este-senhor-no-expulso-da-alm.html
Se alguém gravou estas cenas na RTP/M... Se alguém possui tais imagens documentadas em vídeo... A "gerência" agradece a publicação do mesmo.
REPÚBLICA DAS BANANAS I
2008-11-12
2008-11-07
...numa altura em que (finalmente) os alarmes soaram, para descomprimir nada com ver esta actuação ao vivo de Etienne de Crecy. Nome do house francês [nem é género que siga muito], tendo trabalhado com Air e Cassius [em especial este último], vale pelo efeito visual produzido - e já agora pelo som que fica no ouvido.
Deplorável elevado ao quadrado
O ilegal levantamento de imunidade parlamentar e suspensão de mandato, o impedimento de entrada do deputado em questão no Parlamento [passível de crime que poderá ir dos 6 meses aos 3 anos para os perpetuadores] e a suspensão "ad eternum" dos trabalhos da Assembleia até tomada de decisão em tribunal são grandes machadadas anti-democráticas, perpetuadas numa casa que deveria defender os anseios e vontades de TODOS os Madeirenses e Porto-santenses.
Repito: o impedimento de entrada de um deputado sufragado por vontade popular é uma grave ofensa e é um grave atropelo ao sistema democrático. E a suspensão dos trabalhos por tempo indefinido é um reforço a este atropelo, feita por uma bancada muito inebriada pelo (efectivo) poder absoluto que dispõe...
Ontem tinha o receio de que a acção irreflectida do deputado Coelho poderia ser contraproducente, podendo inclusivé branquear anteriores atropelos efectuados pela bancada da maioria (a proposta de alteração de regimento era apenas mais uma - já agora sobre isto vale a pena ler aqui).
Hoje ao ver toda a escalada mediática e as demais repercussões produzidas [por exemplo serão concerteza interessantes as explicações das hierarquias das forças de ordem pública, ao ver o acatamento de ordens por parte das força de segurança presentes, pronunciadas por elementos exteriores a estas - mostrando as interligações menos dúbias que cá ainda subsistem], terei que reconhecer que esta acção [mesmo mantendo a minha discórdia face ao exibido e no sítio onde o mesmo aconteceu] ao menos teve o mérito de dar a conhecer a verdadeira face do clima imperante na Região.
Para o resto do país, a cortina finalmente abriu e poderá assim observar os bastidores para além da habitual peça produzida pelo "partido da liberdade". Assim ao natural.
Post Scriptum: Já agora à semelhança de muitos, questiono-me se o sempre zeloso PR [vide questão dos Açores - pese até compreenda as suas reservas nesta matéria] não deverá actuar face à gravidade da situação?
Post Post Scriptum: Depois desta salgalhada toda, não seria mais conveniente dissolver a ALR? Será que este enxovalhamento todo não basta? Numa primeira instância diria que sim, mas olhando à manipulação que é passível de ser feita ao eleitorado [vide anterior eleição], não sei até que ponto seria indicada...
O discurso que motivou toda esta discórdia
Alguém numa vez usou a expressão défice democrático para caracterizar o clima político vivido na região. Minhas senhores e meus senhores, eis um exemplo do mesmo.
JOSÉ MANUEL COELHO (PND): Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia, Excelentíssimas Senhoras e Senhores Deputados. Há 34 anos estava eu no Batalhão de Caçadores 5, em Lisboa, a tirar a especialidade de Transmissões de Infantaria e na noite de 24 para 25 de Abril, pela uma hora da madrugada, o corneteiro tocou na caserna os instrumentos de transmissões de infantaria. Estava a nascer o 25 de Abril. Estou a ver esse dia como se fosse hoje. Nós saímos ajudar as tropas operacionais do Batalhão de Caçadores 5 para a revolução do 25 de Abril que estava em marcha.
Burburinho.
Saímos para a rua, ocupámos o Parque Eduardo VII, prendemos a PSP, prendemos a GNR, prendemos os PIDES que a população indicava, que perseguiam a população portuguesa.
Burburinho geral.
Tive esse grande privilégio de assistir ao nascimento da democracia em Portugal. Agora, desta tribuna, eu queria perguntar aos Excelentíssimos Senhores Deputados Coito Pita e Tranquada Gomes onde é que eles estavam quando veio o 25 de Abril? Queria perguntar a Sua Excelência o Senhor Presidente da Assembleia, que toda a vez que eu vou lá falar com ele me diz “porte-se bem, porte-se bem, está continuamente a me dar lições de moral”, eu queria perguntar ao Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia onde é que ele estava quando se deu o 25 de Abril? Eu vim para a minha terra confiado que ia ser instaurada a verdadeira democracia nesta terra. Assistimos ao nascimento da autonomia, ao Parlamento autonómico, e eu pensava que tínhamos um Parlamento democrático, pensava que o Partido Social Democrata que era um partido democrático…
Burburinho geral.
…mas comecei por verificar que realmente não era bem assim. O Partido Social Democrata tinha alguns que eram verdadeiros sociais democratas, mas os chefes desse partido não eram sociais-democratas, os chefes desse partido eram reaccionários, eram fascistas, nomeadamente o seu chefe mor, o Dr. Alberto João Jardim.
Protestos do PSD.
Burburinho.
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Srs. Deputados, eu pedia um pouco mais de silêncio.
José Manuel Coelho: Em 1977, participei nas campanhas da APU e depois verifiquei que havia pessoas dentro do PSD, mandatadas pelo chefe, o chefe fascista, que recebiam ordens para me assassinar. Eu tive três presidentes de câmara do PSD que receberam ordens de Alberto João Jardim para tirar a minha vida, para me matar! Eu uma vez ia às sessões da câmara, no tempo do Paulo Jesus, e as sessões da câmara foram transferidas para a parte da tarde e veio um familiar do Roberto Almada, do Deputado Roberto Almada, falar comigo dizendo assim: “Coelho, você não vá às sessões da câmara na parte da tarde porque eles vão matá-lo, o João da Sorte vai vir e vai-lhe dar um tiro e você vai ser assassinado” e eu deixei de ir às sessões da câmara. Para comprovar aquilo que o familiar ali do meu camarada dizia, em 1980, estávamos numa campanha, pela APU, em Gaula, quando esse famigerado João da Sorte, acompanhado dos capangas do PSD, faz-me um raio para me assassinar. Eu consegui fugir. Eles deram seis tiros num camarada meu, da altura, esse camarada ainda está vivo, o camarada Manuel Teixeira, esse camarada levou seis tiros. Em recompensa por esse serviço prestado ao regime, esse senhor que deu os tiros, o João da Sorte, tem hoje uma rua com o seu nome, no Caniço. Isto não são brincadeiras, não são fait-divers, são verdades! Passou-se comigo. Eu já tive três presidentes de câmara que tentaram me tirar a vida, mandatos pelo chefe fascista, o Alberto João Jardim. Eu actualmente quando vendo o Garajau muitas pessoas dizem-me: “olhe, tome cuidado que o Jaime Ramos pode matá-lo, pode mandar alguém assassiná-lo”.
Sem dúvida que nós não vivemos num regime democrático! Nós vivemos num regime ditatorial que está disfarçado numa social-democracia, porque o Partido Social Democrata daqui da Madeira não é o mesmo Partido Social Democrata do Continente, é um partido que não respeita a democracia, é um partido que se puder, mata os democratas.
Por isso, eu vim a esta Casa para ajudar o combate do Prof. João Carlos Gouveia, que é preciso derrubar o regime, deitar abaixo este regime facínora e reaccionário, porque o maior perigo que há para a democracia é o conformismo, é as pessoas se acomodarem, os democratas se acomodarem, porque as forças reaccionárias comandadas pelo líder fascista desta terra a pouco e pouco vão tirando as liberdades. Só no espaço dum ano e meio já reviram… vão rever… já reviram portanto o Regimento três vezes! Vão tirando as liberdades. A pouco e pouco os democratas vão cedendo, vão cedendo. Só que não se devem esquecer duma coisa: é que as grandes ditaduras da História evoluíram a partir das democracias parlamentares e foi a cedência dos democratas, o conformismo. Os democratas foram cedendo num ponto, foram cedendo noutro até que democracias parlamentares evoluíram para sanguinárias ditaduras. Temos um exemplo disso em Portugal, no Estado Novo, que também evoluiu duma democracia parlamentar e tornou-se uma ditadura sanguinária. Eu lembro-me do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, quando ele dizia, falando sobre o conformismo que se apoderava dos democratas: “a indiferença é o maior perigo, o maior inimigo da democracia” – dizia Bertolt Brecht, em 1933…
Burburinho.
…que… vieram ter junto dum democrata e disseram: “olha, estão prendendo os comunistas”. Eu não me importei, porque eu não era comunista! Depois disseram-me: “oh! estão prendendo os sindicalistas” e eu também não me importei porque não era sindicalista. Depois “estão prendendo os sacerdotes, os padres”, eu também não me importei porque não era padre, mas depois, tempos depois “ah! mas já estão a prender-me, já estão a levar-me” e não havia já nada a fazer, meus amigos!
Portanto, nós temos aqui um Regimento que é atentatório das liberdades democráticas do 25 de Abril, da autonomia, dos ideais de Abril e já é tempo dos democratas desta terra dizerem “basta!”, pôr um travão a esta situação. Não é suficiente ir a Tribunal Constitucional. Está nas nossas mãos hoje, aqui e agora, os democratas, os partidos da oposição desta Casa travar esta ofensiva reaccionária e antidemocrática deste regime jardinista. Basta apoiarem a iniciativa do meu partido, abandonarem este Parlamento, deixarem os parlamentares do PSD falar sozinhos, no seu regime antidemocrático, abandonarem! Não é preciso ir para o Tribunal Constitucional! Nós hoje, se quisermos, podemos fazer o 25 de Abril nesta terra! Podemos boicotar este Parlamento! Podemos sair, abandonar esta Assembleia e fazer trabalho político lá fora.
Burburinho.
Escusa de a gente estar aqui a legitimar esta gente, esta gente que atenta constantemente contra a democracia, contra os direitos de Abril, meus amigos. Os partidos da oposição têm uma palavra a dizer, porque se não tomarem uma atitude firme contra esta gente reaccionária vai acontecer aquilo que aconteceu ao Bertolt Brecht… aquilo que dizia o Bertolt Brecht: a democracia, quando verificarem, já não têm democracia. Nós actualmente já não temos liberdade de expressão…
Protestos do PSD.
Antigamente, um deputado nesta Casa…
Burburinho na bancada do PSD.
…não era julgado por delito de opinião, agora já é!
Protestos do PSD.
Temos um deputado nesta Casa, um grande camarada, um grande lutador que é o Paulo Martins que está a ser julgado nos tribunais por um juiz fascista e vai ser condenado por esse juiz fascista, meus amigos! Não tenham dúvidas!
Burburinho.
Hoje, é o Paulo Martins! Ontem foi o Leonel Nunes que foi condenado por outro juiz fascista. Amanhã será qualquer um de vós. Meus amigos, é preciso combater esta gente reaccionária, esta gente que é contra Abril, esta gente que é contra a autonomia, esta gente quer a ditadura, quer tirar duma vez as liberdades, as poucas liberdades que nós temos neste Parlamento, porque estes senhores do PPD/PSD eles não são sociais democratas, estão travestidos, estão camuflados de sociais democratas, mas eles ao fim ao cabo são da extrema-direita, são fascistas, são pessoas viradas para o 24 de Abril!
Burburinho na bancada do PSD.
Lembrem-se que esta Casa nunca teve a honestidade de celebrar o 25 de Abril. Sempre odiaram o 25 de Abril. Nunca nesta Casa foi celebrado o 25 de Abril, por ordem do chefe fascista supremo que manda nesta terra, que nunca se converteu à democracia. Eu acho que é altura dos democratas dos partidos da oposição perderem a sua passividade e tomarem uma atitude firme. E essa atitude firme, na nossa opinião, não será ir ao Tribunal Constitucional, é fazer o 25 de Abril aqui mesmo, abandonar esta Assembleia, fazer o trabalho político lá fora, deixar eles a falar sozinhos para mostrar ao País inteiro o sistema antidemocrático que se vive aqui nesta Madeira, porque é preciso ver o verdadeiro regime. O verdadeiro regime que governa esta terra não é o regime democrático, é o regime nazi fascista do populista Alberto João Jardim.
Protestos do PSD.
Burburinho geral.
Portanto o regime deles, meus amigos, é este! (Neste momento, o deputado desfralda uma bandeira nazi.) O regime desses amigos, destes amigos do Partido Social Democrata é este…
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Sr. Deputado…
Protestos do PSD.
José Manuel Coelho (PND): É este regime, é o regime do nazi fascismo do Hitler…
Protestos do PSD.
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Sr. Deputado, faz favor…
Protestos do PSD.
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Faz favor de retirar a bandeira…
José Manuel Coelho (PND):…eu trouxe esta bandeira para oferecer ao líder do PSD, o Jaime Ramos…
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Estão suspensos os trabalhos.
José Manuel Coelho (PND): …esta bandeira é para oferecer a ele! Esta bandeira é para oferecer a este covarde, este traidor da Madeira, este fascista…
PRESIDENTE (Miguel Mendonça) Eu pedia uma reunião de líderes desde já (...)"
Via PensaMadeira (que por sua vez veio via Ultraperiferias)
2008-11-06
MANIFESTO “ANTI-PRETOS”: BRANCOS PRETOS E PRETOS BRANCOS
Calma, ao contrário do que o título possa indiciar, isto não é uma demonstração de racismo… Bem pelo contrário… Passo a explicar… Tudo começou com Lewis Hamilton (no ano passado e com corolário no presente) e culminando agora com Barack Obama... Ao Tiger Woods não passei muito cartão, talvez pela novidade do fenómeno naquela altura, e por isso ainda não enjoava…
BASTA! Estou farto! Porque é que isto tem que girar em torno da cor da pele??! Ainda que num tom elogioso, a ênfase desta vitória nas eleições presidenciais americanas tem sido a cor da pele de Barack Obama… “Primeiro presidente afro-americano dos EUA”… Bah!! Ignoremos a perspectiva humanista (jamais vista desde JFK); as medidas para transformar a segurança social numa outra digna desse nome, nomeadamente no sector da saúde; a atitude de aproximação/reconciliação em contraste com a anterior atitude de radicalismo/confrontação internos; a redefinição da política externa com afastamento da postura imperialista e de imposição, virando para o internacionalismo; a política económica baseada na criação de valor real e não nas mais valias artificiais (e voláteis) dos mercados financeiros; as preocupações ambientais... Naaaaaão, centremo-nos apenas no facto de Obama ser preto, ou filho de um preto, ou filho de um preto queniano, que isso é que é importante… Esqueçam tudo o que é verdadeiramente importante… Porque o que interessa mesmo é a cor da pele…
Com esta atitude, os media mundiais transformaram e adulteraram o “Yes we can” da mudança/esperança humanista num outro “Yes we can elect a black president”. Ainda que inconscientemente (ou talvez não), este ênfase e distinção de tratamento só contribui para manter um fosso psicológico social entre brancos e pretos. Como se brancos, pretos, amarelos não fossem todos meras pessoas. PESSOAS, ponto final! Foi um preto que ganhou as eleições? Errado! Foi um cidadão americano, no caso um democrata. Não foi uma cor que venceu, foi uma PESSOA!! Se essa pessoa é branca, preta ou amarela isso é apenas um atributo físico e portanto irrelevante… E nesta perspectiva, dar ênfase ao facto de Obama ser o primeiro presidente preto da história dos EUA é tão relevante como alguém ser o primeiro presidente com um sinal no tornozelo, pêlos nas orelhas ou um queixo com 30cm de comprimento (escrevi queixo porque não encontro uma bolinha vermelha para pôr…).
Podem vir com a historicidade em causa para justificar, mas a verdade, e a meu ver, por mais elogioso que seja o tom, e por melhor que sejam as intenções, isso só contribui para chamar à baila, por um lado os discursos de vitimização e por outro os de racismo. O que deveria ser chamado à baila são as atitudes e as ideias e propostas que os candidatos apresentaram.
E há mais para apontar o dedo! O que é que Hamilton e Obama (e já agora, Woods) têm em comum? São todos café com leite! Nem “verdadeiros” pretos são!! Brancos pretos ou pretos brancos, como queiram. Por isso, quanto muito, as manchetes poderiam ser: “Americanos colocam café no leite presidencial”…
Exige-se portanto que retirem de todas as manchetes e conversas de taberna a palavra preto (ou na sua versão politicamente correcta, afro-americano) quando referindo a vitória de Obama! Não porque seja um insulto mas porque diminui o seu valor, desviando a atenção para algo tão irrelevante (e já expliquei porque é que o argumento da historicidade é contraproducente).
Ah como eu gostaria de ver referido o Hamilton campeão mundial como “aquele que foi mais rápido, agressivo e tecnicamente superior, enfim, o melhor!”. Em oposição a “aquele que foi o primeiro campeão mundial negro da história da f1…
VIVA O OBAMA!!