2009-02-09

Ontem como hoje


"(...)devido à ignorância dos seus instintos primitivos, da violência das suas necessidades, da impaciência dos seus desejos, o povo inclina-se para as formas sumárias de autoridade. O que procura, não são garantias legais, das quais não faz qualquer ideia e não conhece o poderio; não é em absoluto uma combinação de mecanismos, uma ponderação de forças, das quais não sabe que fazer: é um chefe em cuja palavra possa acreditar, cujas intenções sejam suas conhecidas e que se devote aos seus interesses. A esse chefe, ele dá uma autoridade sem limites, um poder irresistível. O povo, olhando como justo tudo o que julga ser-lhe útil, tendo em conta que ele é o povo, ri-se das formalidades, não faz caso algum das condições impostas aos depositários do poder. Predisposto à desconfiança e à calúnia, mas incapaz de uma discussão metódica, não acredita em definitivo senão na vontade humana, não tem esperança senão no homem, não tem confiança senão nos seus semelhantes, in principibus, in filiis hominum [nos príncipes, nos filhos dos homens]; não espera nada dos princípios, que só eles podem salvar; não tem a religião das ideias.(...)"

P.-J. Proudhon [cujo bicentenário se comemorou em Janeiro] in "Do Princípio Federativo e da necessidade de reconstruir o partido da revolução"

O contexto pode ser diferente. Mas a Lógica do Pão e do Circo persiste!

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