Venho dar a conhecer um novo projecto que junta várias pessoas ligadas ao mundo do espectáculo que essencialmente trabalha com um único objectivo, criar espectáculos. Somos nós que construímos o cenário, fazemos o som e a luz, fabricamos os adereços e os figurinos. Não fazemos distinção entre o actor, o encenador ou o técnico, não temos vedetas...
Aproveito para divulgar as nossas produções e para pedir a todos os desbobinadores e frequentadores deste espaço de tertúlia desbobinante que apareçam e que nos ajudem a divulgar o nosso trabalho.
A nossa próxima apresentação chama-se "Os olhos do mundo e a fortuna" de John Herbert.
Fortune and Men’s Eyes (título retirado do Soneto XXIX de Shakespeare) lança um olhar cru, por vezes amargo, por vezes divertido, sobre a brutalidade física e moral num reformatório masculino. Foca a transformação de um jovem essencialmente não criminoso e até um pouco ingénuo, que cumpre pena por um delito menor, num revoltado ainda mais insensível e cínico do que os companheiros de cela. Estes são três: um deles manhoso e gabarolas; outro, homossexual assumido e escandaloso quando lhe convém, que manobra o sistema em seu proveito; e o terceiro, um rapaz meigo que aprendeu a separar corpo e consciência para ir sobrevivendo. A peça, em parte autobiográfica, trouxe a fama a John Herbert. Estreada em 1967 e levada à cena em mais de 60 países, é das poucas obras dramáticas que de facto obteve impacte social directo e duradouro. Por um lado, deu um contributo pioneiro para acabar com as caracterizações estereotipadas de personagens homossexuais. Por outro lado, levou à fundação daFortune Society , uma organização sem fins lucrativos que há 40 anos se dedica à reinserção social de ex-reclusos. Esta versão, embora adaptada à realidade das nossas prisões, não pretende ser documental. Interessa-nos a cela como metáfora, como microcosmo em ambiente de estufa das relações humanas em geral e das relações de poder em particular; interessa-nos tentar perceber as diversas estratégias deliberadas ou inconscientes que se desenvolvem para conviver, sobreviver e preservar alguma dignidade quando o sistema instalado é corrupto e brutalizador; interessa-nos a fragilidade e raridade da compaixão e da ternura.
Esta peça estará em cena nos dias 6, 7, 8, 13 e 14 fevereiro sempre às 22H
no espaço KABUKI - Rua Newton 10B - Metro Anjos.
Podem reservar bilhetes ou esclarecer alguma dúvida através dos seguintes números:
96.4464855 | 96.6864730
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