2008-01-05

"Cruzados, Apóstatas e Infiéis”



Caravana do Dakar ameaçada de rapto

De acordo com notícias apuradas pela SIC, e que circulam igualmente em alguma imprensa internacional, a informação que os serviços secretos franceses possuem parece ser bastante mais precisa que o que transpareceu inicialmente para a imprensa.
Tendo em conta as suas relações com os países do norte de África, a França tem no terreno elementos que tomaram conhecimento da preparação de atentados e/ou raptos direccionados expressamente à caravana do Lisboa-Dakar, quando esta passasse de Marrocos para o Sahara Ocidental e Mauritânia. Curiosamente ou talvez não, esta travessia dar-se-ia por volta de...11 de Janeiro, um dia do mês que ficou marcada na história e tem grande significado para os terroristas da Al-Qaeda.
O Grupo está identificado, já que alguns dos seus elementos já foram presos, pois após o assassinato dos quatro franceses na Mauritânia na véspera do Natal passado, os terroristas foram perseguidos por forças policiais mauritanas, tropas especiais francesas, e a Polícia senegalesa, tendo sido estes últimos, juntamente com as forças especiais francesas a deter vários elementos do grupo.
Ao que parece, a Al-Qaeda Magrebe preparava-se para tentar um rapto colectivo, e pedir depois resgates ou tentar a troca por elementos daquela organização terrorista que se encontrem presos. Portanto esta era uma ameaça concreta não uma simples possibilidade, pelo que neste contexto, percebe-se que a decisão da anulação da prova, era o único caminho a tomar pela ASO.

Comunicado da Al-Qaeda referia-se à prova

“Cruzados, Apóstatas e Infiéis”! Bastou aos serviços secretos franceses lerem isto em mensagens que correm na Internet islamita, para perceberem que o assunto era bem mais grave que o que se pensava inicialmente. Esta é a expressão normalmente utilizada pelos grupos radicais quando faz ameaças ou reivindica atentados, pelo que a atenção que os SSF deram a este assunto cresceu muito a partir desse momento.
De acordo com uma fonte da diplomacia francesa citada pela “France Presse”, terá sido um comunicado divulgado pela Al-Qaeda Magrebe no passado dia 29 de Dezembro, que denunciava o apoio do Governo mauritano à organização do Rali Lisboa-Dakar, a origem do cancelamento da 30ª edição da prova, numa mensagem terá corrido em websites islamistas, e que se insurgia contra a colaboração do Governo mauritano, que se disponibilizou a ceder cerca de 2.000 elementos do seu exército para a segurança da caravana.
Assim que tiveram conhecimento da atitude do governo mauritano, o grupo que esta sedeado maioritariamente na Argélia terá alterado a estratégia, voltando claramente a sua atenção para o Lisboa-Dakar em geral e os cidadãos franceses em particular.
Para corroborar todos os detalhes desta situação, atente-se nas palavras de Etienne Lavigne, que referiu «razões de Estado que não posso explicar. O Governo francês invocou razões muito fortes e recomendou-nos que não partíssemos. A única coisa que posso comprovar é que é citada a prova no comunicado da Al-Qaeda do Magrebe que está na posse do governo francês.»


Fonte: JLA, Autosport
http://autosport.clix.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=as.stories/40210


Agora pergunto-me: Sendo que o Dakar sempre foi uma prova em que o risco de sobrevivencia esteve em causa e era esse mesmo risco que fez desta a mais conceituada prova de TT de todos os tempos, será que é o fim do Dakar tal como o conhecemos ou apenas mais um obstáculo nesta mítica prova?

1 comentário:

il _messaggero disse...

é interessante notar que provavelmente os terroristas islâmicos conseguiram aquilo que queriam...

A organização do Dakar já tem muita tarimba e ao anular a prova é porque a ameaça era bem real.

Resta ver - tal como referiste, se este será um mero obstáculo ou o terminus desta mítica prova...