2007-05-28

Teste

Numa altura em que as relações entre o Ocidente ( a UE em especial) e a Rússia estão muito fragilizadas (possivelmente no ponto mais baixo desde 91), depois do fiasco que foi a cimeira UE-Rússia em Samara faz semana e meia, Portugal através do nosso 1ºministro tem a oportunidade de desempenhar um papel importante no reactivar destas mesmas relações, sendo um teste interessante ver o comportamento da nossa diplomacia.

Em vésperas de assumir a presidência da UE, esta visita de Sócrates, calha numa altura em que as relações entre as duas partes estão muito tensas. Por um lado o autoritarismo e a visão partuicular dos direitos de expressão da Rússia é demasiado evidente para a UE fechar os olhos (e isso foi demonstrado nesta cimeira); por outro lado a UE e o Ocidente precisam da Rússia para fazer passar o plano para o Kosovo no Conselho da ONU; precisam da Rússia devido à enorme dependência energética dos recursos energéticos desta; precisam da Rússia para na questão atómica iraniana...
Por outro lado, a Rússia suporta a sua candidatura à OMC no apoio dado pela UE; os investimentos europeus no país são uma realidade...

O facto de neste momento haver de um lado um conjunto de países com uma memória histórica algo negativa da rússia (nomeadamente as repúblicas do báltico e os ex-satélite do bloco de Leste), assim como existe do outro lado receio de que estes países saiam (para mim é claro que já sairam à muito, mas para os russos isso ainda não é claro) da sua esfera de inflência, entrava em muito o processo...

No seu primeiro grande teste externo, Sócrates poderá desempenhar um papel muito importante, tendo a vantagem de nada ter a perder (as trocas comerciais com a Rússia são residuais), visando o reatamento das relações, mas com o cuidado de salvaguardar as posições da UE em matérias sensíveis como a questão dos direitos humanos...

Terá estaleca para tal?

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