Estou em França, no país da polémica. Talvez mesmo no coração de tudo. Os banlieue.
Em conversa com o professor Pean sobre esta questão ele referia que era melhor nem se falar disso. Demasiado polémico. É à direita (como no caso dele), mas também à esquerda.
Para a direita é inadmissível que algo ponha em causa a autoridade do Estado (conceito central e fulcral do seu raciocínio), bem como moral e regras vigentes. À esquerda o papel da mulher e o peso da religião são os dilemas fundamentais deste conflito.
Começando pela esquerda e tendo em conta a minha experiência pessoal, sobretudo agora com a observação de jovens muçulmanas e da sua relação com outras parece claro que não existe ali nenhuma obrigação, antes pelo contrário, orgulho. Quanto às suas amigas estas parecem compreender e aceitar completa e naturalmente esta opção. A quem faz confusão então? Às feministas de escritório que já não saem à rua há muito tempo e leram o Deuxiéme Sexe ainda há mais.
O recente crescimento da religião muçulmana num mundo ocidental de anti-clericalismo também em crescendo provocou na esquerda um enorme choque. O catolicismo e outras religiões têm vindo a perder papel nos tempos mais recentes, e todavia seitas especificas e o Islão tem vindo a crescer. Há que saber dar a volta a esta situação, e como? Fundamentalmente eliminando o fosso entre pobres e ricos no Mundo e nas cidades, mas também reestruturando toda a lógica urbanística das metrópoles ocidentais.
Como referi anteriormente a abordagem da direita ou dos conservadores nesta problemática é um pouco mais linear. Prende-se sobretudo com o receio de que uma religião, seus hábitos e costumes possam ultrapassar e interferir com as regras, direitos e deveres do Estado. É, talvez, por isso impossível não notar similitudes com os atritos entre Nobreza e Clero na Idade Média e período Moderno. Há talvez o receio que o contexto pós-Revolução Francesa em relação ao laicismo do Estado possa estar em perigo. E estará mesmo? Tal como à esquerda a solução encontrar-se-à com o equilíbrio social e económico de forma a impedir o fascínio pelas religiões.
Em suma, talvez não seja mau de todo compreender primeiramente o que leva jovens muçulmanas a quererem usar o véu. É uma prática que apenas a cada um diz respeito, ao contrário do fumo, ou do choro de uma criança que afectam outros. Além disso não é obrigação do Estado proteger as liberdades e escolhas de cada individuo desde que estas não afectem ou interfiram com terceiros?
p.s. é um post cheio de alfinetadas... cuidado!
Em conversa com o professor Pean sobre esta questão ele referia que era melhor nem se falar disso. Demasiado polémico. É à direita (como no caso dele), mas também à esquerda.
Para a direita é inadmissível que algo ponha em causa a autoridade do Estado (conceito central e fulcral do seu raciocínio), bem como moral e regras vigentes. À esquerda o papel da mulher e o peso da religião são os dilemas fundamentais deste conflito.
Começando pela esquerda e tendo em conta a minha experiência pessoal, sobretudo agora com a observação de jovens muçulmanas e da sua relação com outras parece claro que não existe ali nenhuma obrigação, antes pelo contrário, orgulho. Quanto às suas amigas estas parecem compreender e aceitar completa e naturalmente esta opção. A quem faz confusão então? Às feministas de escritório que já não saem à rua há muito tempo e leram o Deuxiéme Sexe ainda há mais.
O recente crescimento da religião muçulmana num mundo ocidental de anti-clericalismo também em crescendo provocou na esquerda um enorme choque. O catolicismo e outras religiões têm vindo a perder papel nos tempos mais recentes, e todavia seitas especificas e o Islão tem vindo a crescer. Há que saber dar a volta a esta situação, e como? Fundamentalmente eliminando o fosso entre pobres e ricos no Mundo e nas cidades, mas também reestruturando toda a lógica urbanística das metrópoles ocidentais.
Como referi anteriormente a abordagem da direita ou dos conservadores nesta problemática é um pouco mais linear. Prende-se sobretudo com o receio de que uma religião, seus hábitos e costumes possam ultrapassar e interferir com as regras, direitos e deveres do Estado. É, talvez, por isso impossível não notar similitudes com os atritos entre Nobreza e Clero na Idade Média e período Moderno. Há talvez o receio que o contexto pós-Revolução Francesa em relação ao laicismo do Estado possa estar em perigo. E estará mesmo? Tal como à esquerda a solução encontrar-se-à com o equilíbrio social e económico de forma a impedir o fascínio pelas religiões.
Em suma, talvez não seja mau de todo compreender primeiramente o que leva jovens muçulmanas a quererem usar o véu. É uma prática que apenas a cada um diz respeito, ao contrário do fumo, ou do choro de uma criança que afectam outros. Além disso não é obrigação do Estado proteger as liberdades e escolhas de cada individuo desde que estas não afectem ou interfiram com terceiros?
p.s. é um post cheio de alfinetadas... cuidado!
3 comentários:
isto era pô-los todos de encontra uma parede e largar uma rajada de g3..ou entao como diz um amigo que tenho em alfama, isto o que era preciso era que os amaricanos amandassem bombas pa tudo o que é pais muçulmano...começava-se em marrocos e so se acabava, vamos supor, no chile...porque o muçulmano e um gajo que, aquilo, desde pequenos les ensinam a fazer bombas com uma garrafa de bagaço e uma caixa de fosfros...tás a perceber? aquilo é um povo que só tá bem é a arrebentar...
Julgo que antes de mais, este debate faz todo o sentido em França, país que leva o laicismo a um extremo, constituíndo quase por si uma outra religião.
As liberdades individuais deverão ser preservadas e respeitadas e o Estado não pode ser imutável e deve perceber e compreender os anseios da população, conciliando as vontades da maiorias e das minorias...é uma linha ténue e difícil que requererá muita sensibilidade por parte deste.
P.S. Bom post do nosso enviado especial a Paris...Espero que a adaptação esteja a correr de feição, esperando que possas trazer mais textos com excertos e reflexões sobre a tua passagem por terras gaulesas.
Abraço
tiró véu! tiró véu!
(para quando um post sobre o mundial de rugby?)
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