2007-06-20

Simplesmente impressionante...



Já ando a uns tempos a reflectir sobre isto, e agora impulsionado pelo ultimo grande acidente de Formula1 trago-vos este post.

No dia 10 de Junho, durante o GP do Canadá em Montreal no circuito Gilles Villeneuve, Robert Kubica, um semi-rookie polaco de grande talento, piloto da BMW despista-se a cerca de 280 km/horarios e embate numa parede praticamente de frente onde ainda capota mais duas vezes antes de voltar a embater na parede do lado oposto da pista, onde fica inconsciente. As imagens do piloto imovel e dos inumeros destroços do carro pela pista trazem à memoria o incidente que vitimou Ayrton Senna a 1 de Maio de 1994.

Rapidamente, ainda durante o decorrer do GP do Canadá surgiram noticias que Kubica já estava consciente..
Foi rapidamente hospitalizado e chegou a falar-se de uma perna fracturada. Efectuaram um 'check up' completo e finalmente saíu o diagnostico:
Apenas uma leve torção no tornozelo que nem o impedia de conduzir!

Kubica só não participou no GP dos EUA na semana seguinte porque os responsaveis médicos da FIA quiseram "evitar qualquer procedimento legal no país onde maior aproveitamento financeiro se faz de qualquer situação", ou seja, mais uma batata daquelas num espaço de apenas uma semana e as consequencias podiam ser outras, levando depois a um processo legal que penalizava a FIA por negligencia... enfim..

Voltando ao acidente no Canadá, a telemetria revelou que o embate inicial foi de 78G, ou seja, cerca de 46 toneladas a 280km/h contra a um objecto imovel... Multipliquem o vosso peso por 78 vezes e façam a conta do peso que o vosso fisico teria de suportar em tal impacto.
Não faço ideia quanto pesa uma cabeça humana, mas supondo que pesa 4kg, o vosso pescoço teria de suportar numa fracção de segundo um peso de aproximadamente 312kg. Se juntarem um capacete, os valores aumentam à volta de 80kg...

Em 1994, Senna e Ratzenberger sentiram na péle a falta desse mesmo desenvolvimento tecnologico que salvou a vida de Kubica..
A célula de sobrevivencia, sistema HANS (Head And Neck Support) e os capacetes são os exemplos mais praticos dos resultados desse mesmo desenvolvimento.
Por exemplo, um capacete de Formula 1 homolgado suporta o peso de um tanque militar, suporta ser baleado de frente na viseira e suporta fogo durante varios minutos sem que a temperatura no interior seja insuportavel. E pesa à volta de 1kg.

Mais incrivel ainda é pensar que chegar ao Formula 1 é o sonho de qualquer piloto. Alias, no outro dia li uma crónica de um jornalista que tinha testado um Formula 1 e no fim ele dizia uma coisa do genero: "Eu tinha um sonho que era um dia pilotar um Formula 1.. Hoje em dia eu tenho outro sonho: Voltar a pilotar um Formula1"..

Muitos nomes ficaram tragicamente associados à busca 'daquela' décima de segundo... Mas o que será que nos faz ultrapassar os limites do racional...?
Não sei explicar mas, é viciante...


Trivia - No MotoGP, que eu me lembre houveram muitos acidentes impressionantes e com consequencias gravissimas, mas apenas me vem à memoria dois fatais.. Um deles foi Daijiro Kato (famoso numero 74 que quase todos os pilotos têm nas suas motos e fatos) piloto da Honda e uma das maiores esperanças do motociclismo. O outro acidente não me recordo o nome, mas quando morreu estava a testar um Formula1 ...

6 comentários:

Strob disse...

HHhmmmm esses capacetes sao para Formula1 do genero "vrrumm vruumm"? ou serao para ter acesso ao mítico Formula 1 night club de modo a que um individuo nao se aleije quando levar uma marretada dum qualquer bife que esteja ao lado duma qualquer bifa para a qual estejamos nós a olhar?!? Ou até mm para uma eventual queda (por excesso de alcool?!?! ) à saída do já referido bar/night club/talho de bifas?
Um abraço Strob

il _messaggero disse...

Excesso..ah...velhos tempos...

il _messaggero disse...

...e não estou a me referir ao agrupamento musical...obviamente...

Macaco Esperto disse...

Depois de 'postares' um videoclip deles, fico com as minhas duvidas....

il _messaggero disse...

...é apenas espólio que faz parte da nossa identidade cultural...

...daqui a algumas décadas, grupos como Excesso serão às tantas recordados como património etnográfico português...Já imaginaram...em vez de folclore, assistir a uma recriação de uma boys band...eheh..

Macaco Esperto disse...

ahahah.. ir ao café religio comer espetada e milho frito, comiamos Mac e ouviamos Excesso..
Mas com aquelas camisolas de alças, eu é que não fazia o comboio!!!