Acabo de ouvir Cavaco e a sua tão esperada declaração sobre o caso das escutas.
Confirma-se o que o caso Dias Loureiro já tinha indicado: Cavaco tem um instinto antropológico primário, quase tribal de defesa dos seus correlegionários e homens de confiança, pondo este instinto acima do natural sentido de Estado e isenção que deveria ter.
Isto por sua vez, leva-me a reflectir sobre a gravidade das acusações efectuadas e à tentativa de desculpabilização ensaiada acerca da acção do seu homem de confiança.
Ainda que seja legítimo o PR ter as suas suspeitas - e hoje reafirmou suspeitas e não falhas como muitos partidos estão neste momento a ler - aquilo que esperaria do PR seria exactamente um sentido de isenção e decoro, que não se coadunam com o teor das declarações produzidas. São graves as declarações produzidas, seja as acusações levantadas ao PS, seja a suspeita que o sistema de comunicação de Belém está minado.
Se no que toca ao segundo tópico, a gravidade já era enorme - pelo menos para justificar a declaração - importa olhar à gravidade das acusações tecidas ainda para mais numa altura em que se está a sair de umas legislativas e a confiança entre o PR e o Executivo eleito tem de ser plena e forte.
A intromissão neste autêntico jogo de bastidores e este sujar de mãos por parte de Cavaco - que relembre-se, todo este caso começa com uma dica dada pelo assessor de comunicação do presidente dada para os jornais - acaba por dar razão aqueles que defendiam nas anteriores presidenciais que Cavaco tinha um perfil muito intervencionista e pouco parcial para a isenção que o cargo exigia.
Cavaco deveria averiguar a situação, mas não poderia pelo simbolismo do seu cargo, sem que situação estivesse devidamente comprovada, alimentar publicamente este tipo de suspeitas, algo que já o tinha feito com a capa do Público.
Post scriptum: Apenas acrescentar que a campanha para as presidenciais já começou. E olhando à composição deste parlamento, com o raio de acção presidencial a prever que seja muito mais forte e influente, creio que esta declaração servirá para uma abertura de hostilidades de uma campanha que se espera disputada. Apresente a Esquerda um candidato forte. Palavra a Manuel Alegre?
Confirma-se o que o caso Dias Loureiro já tinha indicado: Cavaco tem um instinto antropológico primário, quase tribal de defesa dos seus correlegionários e homens de confiança, pondo este instinto acima do natural sentido de Estado e isenção que deveria ter.
Isto por sua vez, leva-me a reflectir sobre a gravidade das acusações efectuadas e à tentativa de desculpabilização ensaiada acerca da acção do seu homem de confiança.
Ainda que seja legítimo o PR ter as suas suspeitas - e hoje reafirmou suspeitas e não falhas como muitos partidos estão neste momento a ler - aquilo que esperaria do PR seria exactamente um sentido de isenção e decoro, que não se coadunam com o teor das declarações produzidas. São graves as declarações produzidas, seja as acusações levantadas ao PS, seja a suspeita que o sistema de comunicação de Belém está minado.
Se no que toca ao segundo tópico, a gravidade já era enorme - pelo menos para justificar a declaração - importa olhar à gravidade das acusações tecidas ainda para mais numa altura em que se está a sair de umas legislativas e a confiança entre o PR e o Executivo eleito tem de ser plena e forte.
A intromissão neste autêntico jogo de bastidores e este sujar de mãos por parte de Cavaco - que relembre-se, todo este caso começa com uma dica dada pelo assessor de comunicação do presidente dada para os jornais - acaba por dar razão aqueles que defendiam nas anteriores presidenciais que Cavaco tinha um perfil muito intervencionista e pouco parcial para a isenção que o cargo exigia.
Cavaco deveria averiguar a situação, mas não poderia pelo simbolismo do seu cargo, sem que situação estivesse devidamente comprovada, alimentar publicamente este tipo de suspeitas, algo que já o tinha feito com a capa do Público.
Post scriptum: Apenas acrescentar que a campanha para as presidenciais já começou. E olhando à composição deste parlamento, com o raio de acção presidencial a prever que seja muito mais forte e influente, creio que esta declaração servirá para uma abertura de hostilidades de uma campanha que se espera disputada. Apresente a Esquerda um candidato forte. Palavra a Manuel Alegre?
imagem: Arrastão