2007-03-25

Pragmatismo Chinês...Até quando a passividade?

As movimentações de matriz geopolítica da China, com o intuito de assegurar uma suficiente diversificação de fontes petrolíferas, são cada vez mais notórias. De facto, o elevado crescimento deste país feito à base de energias fósseis (mais poluentes, mas por outro lado mais baratas e acessíveis), fez com que este país tivesse que começar a explorar mercados alternativos de forma a poder assegurar o seu elevado crescimento.

Nada disto é novidade e a China apenas limita-se a seguir um modelo (não aconselhado pela factura ambiental que acarreta) que serviu de inspiração aos crescimento das grandes potências económicas ocidentais. Penso que até aqui, tirando as justas considerações de cariz ambiental, não existirá nada de mais a apontar ao comportamento da China.
Será preocupante o pragmatismo (ou frieza dirão alguns), empregues por este país, sendo parceiro de países ostracizados por uma forte opinião pública ocidental (que inibem e levantam considerações morais à actuação das empresas ocidentais), não tendo a China grandes complexos em se associar a estados que sistematicamente desrespeitam regras básicas de direitos humanos, ou a regimes que de uma maneira geral, causam incómodo junto da comunidade política internacional...

Claro que países ocidentais já fizeram ou ainda o fazem ainda que em menor escala. Não estamos a rebater este facto. Acontece que pelo facto de não possuir uma opinião pública livre, a pressão moral é muito esbatida, levando a que soluções pragmáticas e realistas sejam levadas ao extremo.
A China National Petroleum Corporation (CNPC), acaba de assinar um novo acordo com a Venezuela. Serve as duas partes, pois Chavéz pretenderá depender menos da procura americana e a China pretenderá diversificar as suas fontes.

É público a larga ofensiva feita em África, junto de regimes de natureza dúbia como Angola, ou regimes que violam gritantemente os direitos humanos mais básicos como o Sudão. Neste último país, após a saídas das empresas ocidentais na década de 90 por pressão da opinião pública dos mesmos países, a China astutamente ocupou o lugar vago sem ter qualqer tipo de constragimento moral.

No entanto, penso que mais dia menos dia, à medida que o poderio económico for maior, a China terá que deixar de assumir uma posição tão passiva e terá que vincar e valer a sua posição. Se quer ser mesmo levada em linha de conta, terá que passar a justificar esse estatuto por assim dizer...Mas para que tal aconteça, internamente a China terá que efectuar muitas mudanças...

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