2013-01-13

O cão que matou o homem; o homem que matou o cão

Nos últimos dias, para além de que a Pepa quer uma mala Chanel, as notícias e redes sociais enfatizam o caso do cão que matou tragicamente uma criança de 18 meses. Um pit bull, uma das raças consideradas potencialmente perigosas. Potencialmente. Somos todos potencialmnete perigosos, não é essa novidade alguma.
O senhor João Pereira Coutinho, cronista do fantástico "Correio da manhã", por si só um jornal de renome e credibilidade sem fim e que lhe deve proporcionar um acordar fantástico todas as manhãs da semana de trabalho só de pensar nas fabulásticas crónicas que irá escrever enquanto "voz da razão" tal como intitula a sua crónica (humilde, o senhor) diz que " ... E uma petição pública com 30 mil beneméritos já pede clemência para o cão. Segundo eles, o ‘pitbull’ de Beja desfez uma criança de 18 meses porque lá teve os seus motivos. Não devemos dar ao Zico (nome da besta) uma ‘segunda oportunidade’? Francamente, acho que sim. E aconselho o juiz do caso a enviar o Zico para estadias prolongadas (e salteadas) em casa de cada um dos subscritores da petição. Desde que, obviamente, os subscritores sejam obrigados a lidar com a besta sem açaimes, correntes ou tranquilizantes. E se a besta, em novo acto selvagem, acabar por matar um deles, paciência. É porque lá teve os seus motivos." Ora, sem querer ferir susceptibilidades, este senhor sim é uma besta. Percebe pouco ou nada de animais e portanto muito menos conhece o comportamento humano, tendo em conta que grande parte desse comportamento é não-verbal como o dos animais.
A crucificação de um cão em prol de um mal geral resolve a questao? Pergunto à voz da razão. Instituir a pena de morte nos cães sem consideração de uma reabilitação do mesmo faz de nós, humanos, seres pensantes, inteligentes, com capacidade de raciocínio e de lógica? Pergunto à voz da razão. A resolução rápida do problema que é o mesmo que dizer "atirar areia para os olhos das pessoas como quem diz que o problema ficou resolvido mas que no fundo está tudo igual só que temos menos uma criança e um cão no Mundo" faz desaparecer o problema? Pergunto à voz da razão. Se assinar uma petição contra a pena de morte tenho de levar os reclusos para casa (claro que para estadias prolongadas e salteadas como as batatas)? Pergunto à voz da razão.
A resolução do problema passa por uma alteração das condições de aquisição de cães de raças consideradas potencialmente perigosas para que situações trágicas como esta não aconteçam. O dono de um cão destas raças não deve ter o mesmo perfil que o dono de um caniche. Porque a dentada de um caniche não mata. E continuam muitas pessoas a pensar que educar os cães é retirar-lhes personalidade, que são giros quando refilam, que não os tiram do sofá porque rosnam, não lhes mexem na comida porque temem. E quando essa personalidade levar a um acto mais violento? Aí já depende do cão e não do dono? Nesta situação em específico não tenho conhecimento de qual foi a educação passada ao cão portanto não me pronuncio sobre esse aspecto. Mas o problema não é só deste cão. É de nós. A verdade é que estas raças são usadas muitas vezes como armas de protecção e de provocação, não como animais de companhia que são.
Mas afinal, quantas vítimas existe nesta história? Eu diria x. A maior vítima, a criança, os pais e familiares da criança, o cão, os donos do cão. Uns vítimas de um ataque, outros vítimas de uma despreocupação social relativamente à posse de animais e educação dos mesmos.
Esta não é uma análise despreocuada ou inconsciente, pelo contrário. O que aconteceu é muito grave; exactamente por isso é que é necessário tomar medidas urgentes relativamente à posse de animais de raças potencialemnte perigosas. Não são peluches.
Posto isto, só queria dizer à "voz da razão" que é exactamente devido a opiniões de meia dúzia de linhas escritas enquanto obrava, que estamos na situação que estamos. Por intervirmos e não prevenirmos. A leveza com que manda o cão (ou a besta como lhe chama; neste texto a besta é outra) para casa das pessoas mostra que não tem consciência nenhuma do problema em mesa. Não sei se sabe, mas existem treinadores de cães; é verdade. E até a Psicologia canina, veja só! Mas devem ser tudo tretas...

P.s. - Um abraço de força à família da criança.



1 comentário:

Anónimo disse...

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