2013-01-28

cousteau style

If you gonna go underneath the water, you gonna need to go with some style.



If you gonna go underneath the water, you gonna need to go with some style.

Bill Murray's Life Aquatic style by Greg Gossel.
 Check out more of his work in here and here.






2013-01-24

2013-01-13

O cão que matou o homem; o homem que matou o cão

Nos últimos dias, para além de que a Pepa quer uma mala Chanel, as notícias e redes sociais enfatizam o caso do cão que matou tragicamente uma criança de 18 meses. Um pit bull, uma das raças consideradas potencialmente perigosas. Potencialmente. Somos todos potencialmnete perigosos, não é essa novidade alguma.
O senhor João Pereira Coutinho, cronista do fantástico "Correio da manhã", por si só um jornal de renome e credibilidade sem fim e que lhe deve proporcionar um acordar fantástico todas as manhãs da semana de trabalho só de pensar nas fabulásticas crónicas que irá escrever enquanto "voz da razão" tal como intitula a sua crónica (humilde, o senhor) diz que " ... E uma petição pública com 30 mil beneméritos já pede clemência para o cão. Segundo eles, o ‘pitbull’ de Beja desfez uma criança de 18 meses porque lá teve os seus motivos. Não devemos dar ao Zico (nome da besta) uma ‘segunda oportunidade’? Francamente, acho que sim. E aconselho o juiz do caso a enviar o Zico para estadias prolongadas (e salteadas) em casa de cada um dos subscritores da petição. Desde que, obviamente, os subscritores sejam obrigados a lidar com a besta sem açaimes, correntes ou tranquilizantes. E se a besta, em novo acto selvagem, acabar por matar um deles, paciência. É porque lá teve os seus motivos." Ora, sem querer ferir susceptibilidades, este senhor sim é uma besta. Percebe pouco ou nada de animais e portanto muito menos conhece o comportamento humano, tendo em conta que grande parte desse comportamento é não-verbal como o dos animais.
A crucificação de um cão em prol de um mal geral resolve a questao? Pergunto à voz da razão. Instituir a pena de morte nos cães sem consideração de uma reabilitação do mesmo faz de nós, humanos, seres pensantes, inteligentes, com capacidade de raciocínio e de lógica? Pergunto à voz da razão. A resolução rápida do problema que é o mesmo que dizer "atirar areia para os olhos das pessoas como quem diz que o problema ficou resolvido mas que no fundo está tudo igual só que temos menos uma criança e um cão no Mundo" faz desaparecer o problema? Pergunto à voz da razão. Se assinar uma petição contra a pena de morte tenho de levar os reclusos para casa (claro que para estadias prolongadas e salteadas como as batatas)? Pergunto à voz da razão.
A resolução do problema passa por uma alteração das condições de aquisição de cães de raças consideradas potencialmente perigosas para que situações trágicas como esta não aconteçam. O dono de um cão destas raças não deve ter o mesmo perfil que o dono de um caniche. Porque a dentada de um caniche não mata. E continuam muitas pessoas a pensar que educar os cães é retirar-lhes personalidade, que são giros quando refilam, que não os tiram do sofá porque rosnam, não lhes mexem na comida porque temem. E quando essa personalidade levar a um acto mais violento? Aí já depende do cão e não do dono? Nesta situação em específico não tenho conhecimento de qual foi a educação passada ao cão portanto não me pronuncio sobre esse aspecto. Mas o problema não é só deste cão. É de nós. A verdade é que estas raças são usadas muitas vezes como armas de protecção e de provocação, não como animais de companhia que são.
Mas afinal, quantas vítimas existe nesta história? Eu diria x. A maior vítima, a criança, os pais e familiares da criança, o cão, os donos do cão. Uns vítimas de um ataque, outros vítimas de uma despreocupação social relativamente à posse de animais e educação dos mesmos.
Esta não é uma análise despreocuada ou inconsciente, pelo contrário. O que aconteceu é muito grave; exactamente por isso é que é necessário tomar medidas urgentes relativamente à posse de animais de raças potencialemnte perigosas. Não são peluches.
Posto isto, só queria dizer à "voz da razão" que é exactamente devido a opiniões de meia dúzia de linhas escritas enquanto obrava, que estamos na situação que estamos. Por intervirmos e não prevenirmos. A leveza com que manda o cão (ou a besta como lhe chama; neste texto a besta é outra) para casa das pessoas mostra que não tem consciência nenhuma do problema em mesa. Não sei se sabe, mas existem treinadores de cães; é verdade. E até a Psicologia canina, veja só! Mas devem ser tudo tretas...

P.s. - Um abraço de força à família da criança.