Hoje deparei-me com algo que considero um pouco surreal.
No final do Zoom África, programa informativo da RTP dedicado ao continente africano, em especial aos países lusófonos, ao efectuarem a revista de imprensa diária, ao focarem a página "online" do Jornal de Angola,
deparamo-nos com esta notícia em grande destaque no ecrã - um grande título: "PORTUGAL PARAÍSO DE PEDÓFILOS" (algo quase impossível de fugir no enquadramento de imagem).
No final do Zoom África, programa informativo da RTP dedicado ao continente africano, em especial aos países lusófonos, ao efectuarem a revista de imprensa diária, ao focarem a página "online" do Jornal de Angola,
deparamo-nos com esta notícia em grande destaque no ecrã - um grande título: "PORTUGAL PARAÍSO DE PEDÓFILOS" (algo quase impossível de fugir no enquadramento de imagem).
Face a
isto, o que aconteceu é que a "pivot" simplesmente ignorou esse grande
destaque (quase constrangida, tentando de forma inglória fugir a tal
chamada de atenção), dando relevância a outras notícias que estavam em
rodapé.
Claro que não vou discutir critérios de escolha ou de qualidade informativa da própria estação.
Mas tendo em conta todo o contexto que a empresa vive, sendo um orgão informativo público que aparentemente irá ser alienado, havendo uma intenção já firmada de aquisição (de parte?!?) da RTP por um grupo luso-angolano baseado numa (obscura) off-shore no Panamá.
Tendo em conta os sucessivos editoriais bem baixos que pessoalmente qualificaria de "ressabiados" (feitos quase sempre numa lógica de "vendetta"), não me surpreende que o título desta notícia esteja ao nível de um pasquim qualquer, o que obviamente aceito e não é a razão pela qual escrevo aqui.
Irrita-me muito mais esta espécie de auto-censura por parte da RTP, no que interpreto como uma tentativa em não querer causar qualquer tipo de fricção com um possível comprador - que segundo e crê, tem boas relações com o Estado angolano, do qual o Jornal de Angola é o órgão oficial.
Fazendo novamente a ressalva que a RTP é soberana no seu critério jornalístico, não deixo de comentar que a mesma, se enveredar por um caminho onde tenta fugir a focos de clara fricção com futuros compradores, ao persistir nesta espécie de auto-censura, presta um muito mau serviço ao país. Para além de suscitar dúvida sobre a independência do seu serviço informativo. Espero sinceramente que não tenha sido este o caso.
Já agora sobre a notícia em questão. À parte de considerações na matéria em questão, acho engraçado quando o Jornal de Angola, se "arvora" em paladino da luta contra a desigualdade.
Eis excertos da notícia.
"(...)Desde 2008 que milhares de crianças são abusadas na maior das impunidades, o que faz de Portugal um verdadeiro paraíso para os pedófilos(...)A crise em Portugal atirou com centenas de milhares de famílias para a pobreza extrema. O país é hoje o mais desigual da União Europeia. As medidas de protecção à infância não funcionam ou simplesmente são ignoradas pelos poderes públicos. Por isso aumentam diariamente os casos de abusos sexuais e maus-tratos de menores."
(in Jornal de Angola)
Claro que não vou discutir critérios de escolha ou de qualidade informativa da própria estação.
Mas tendo em conta todo o contexto que a empresa vive, sendo um orgão informativo público que aparentemente irá ser alienado, havendo uma intenção já firmada de aquisição (de parte?!?) da RTP por um grupo luso-angolano baseado numa (obscura) off-shore no Panamá.
Tendo em conta os sucessivos editoriais bem baixos que pessoalmente qualificaria de "ressabiados" (feitos quase sempre numa lógica de "vendetta"), não me surpreende que o título desta notícia esteja ao nível de um pasquim qualquer, o que obviamente aceito e não é a razão pela qual escrevo aqui.
Irrita-me muito mais esta espécie de auto-censura por parte da RTP, no que interpreto como uma tentativa em não querer causar qualquer tipo de fricção com um possível comprador - que segundo e crê, tem boas relações com o Estado angolano, do qual o Jornal de Angola é o órgão oficial.
Fazendo novamente a ressalva que a RTP é soberana no seu critério jornalístico, não deixo de comentar que a mesma, se enveredar por um caminho onde tenta fugir a focos de clara fricção com futuros compradores, ao persistir nesta espécie de auto-censura, presta um muito mau serviço ao país. Para além de suscitar dúvida sobre a independência do seu serviço informativo. Espero sinceramente que não tenha sido este o caso.
Já agora sobre a notícia em questão. À parte de considerações na matéria em questão, acho engraçado quando o Jornal de Angola, se "arvora" em paladino da luta contra a desigualdade.
Eis excertos da notícia.
"(...)Desde 2008 que milhares de crianças são abusadas na maior das impunidades, o que faz de Portugal um verdadeiro paraíso para os pedófilos(...)A crise em Portugal atirou com centenas de milhares de famílias para a pobreza extrema. O país é hoje o mais desigual da União Europeia. As medidas de protecção à infância não funcionam ou simplesmente são ignoradas pelos poderes públicos. Por isso aumentam diariamente os casos de abusos sexuais e maus-tratos de menores."
(in Jornal de Angola)