ele lê o jornal toda a santa-noite.
acorda cedo, naquele-cedo-que-nem-traz-sol, e lê mais uns blogs.
vai à rua e compra umas revistas. lê-as de fio-a-pavio.
passa no café e ouve as notícias da rádio. frescas como o pão da padaria em frente.
pouco depois, já no gabinete, vê o noticiário e até escuta o vox-populi.
é conhecido por estar sempre informado. por conhecer todas as fontes, todos os dados, todos os pormenores.
tudo.
ele gosta disso. de ter sempre a resposta na ponta da língua.
hoje o filho perguntou-lhe:
como será o amanhã?
amanhã?
não, pai. o amanhã.
silêncio.
um soco no estômago.
e uma lágrima rebelde a cair.
só sabia que não tinha resposta. só sabia que não havia futuro.
(brilhante rascunho de João Tibério)
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